REGIÃO: Jovem trans é espancada, esfaqueada e tem parte da orelha decepada por dupla
Vítima sofreu a violência na sexta-feira (26), segundo presidente de Comissão da OAB, e está internada na Santa Casa. Apesar de lei que obriga aviso à polícia, caso ainda não foi registrado.
Uma jovem trans de 21 anos foi brutalmente espancada por dois homens, no bairro Cidade Aracy, em São Carlos (SP), na sexta-feira (26), segundo a presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Igualdade de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do município, Camila Marques.
A vítima teve os cabelos arrancados, parte da orelha decepada e levou diversas facadas pelo corpo. Ela está internada em estado estável na Santa Casa de Misericórdia.
Apesar da lei que obriga hospitais a notificarem casos de agressão contra mulheres à polícia em até 24 horas, o crime ainda não foi registrado pela Polícia Civil.
A Santa Casa informou que o registro deveria ter sido feito pela Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Aracy. Já a supervisão da Unidade de Pronto Atendimento do Cidade Aracy afirmou que, em casos como esse, grave, a “prioridade é sempre o bem-estar do paciente e a estabilização do mesmo” (veja abaixo os posicionamentos).
Violência
De acordo com a presidente da comissão, após a agressão, os homens jogaram a mulher em um matagal, provavelmente acreditando que ela estaria morta. A motivação do crime ainda é desconhecida.
“Ela se arrastou durante muito tempo até conseguir ajuda e ser levada para o hospital. A gente não sabe quanto tempo ela ficou tentando ajuda. Depois de ser internada, ela ficou inconsciente e só acordou nesta segunda-feira”, disse Camila.
Notificação
Desde dezembro do ano passado, a legislação obriga hospitais a notificarem casos de violência contra mulher em até 24 horas. Ao buscar o boletim de ocorrência, porém, a advogada descobriu que nenhuma autoridade foi notificada sobre a agressão.
“Foi uma tentativa de homicídio contra uma mulher trans. Será que se fosse uma pessoa branca, se fosse uma pessoa cis, isso estaria acontecendo? Porque isso é descaso do sistema. Mesmo que a gente enquanto pessoa não sejamos transfóbicos, o sistema ainda é e é por isso que as pessoas morrem”, afirmou Camila.
Segundo a advogada, o próximo passo será comunicar oficialmente as autoridades e registrar um boletim de ocorrência para que as investigações comecem e a vítima passe por exame de corpo de delito.
Camila disse que está em contato com a família da jovem para que o boletim seja registrado.
Santa Casa e prefeitura
Em nota, a assessoria de imprensa da Santa Casa informou ao G1 que a paciente deu entrada no hospital após ser encaminhada pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Aracy e que, pelo protocolo, é a UPA quem deve acionar a polícia.
O G1 entrou em contato com a prefeitura e questionou sobre a notificação à polícia e sobre as acusações da advogada.
Em nota, a prefeitura informou que, como a vítima estava em estado grave e com rebaixamento do nível de consciência, o procedimento feito foi o de praxe para qualquer tipo de atendimento desse tipo: estabilizar e encaminhar o mesmo para um serviço de atendimento avançado com UTI caso o quadro geral do paciente se agrave, deixando assim por conta da unidade de referência o protocolo para caso de agressão.
A supervisão da UPA reafirma que atende todos sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, religião ou outra natureza, tratando a todos com o devido respeito e importância.
Fonte: G1
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