Operação ‘Dominica Potestas’: Polícia Federal cumpre mandados em MG e SP contra tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão
Ação ocorreu em Sacramento, no Triângulo Mineiro, e em Igarapava, no interior de São Paulo. Três pessoas são suspeitas dos crimes. Investigações foram iniciadas pela PF do Maranhão em março, quando 24 trabalhadores foram resgatados em Delta.
A Polícia Federal (PF) realizou, nesta quinta-feira (16), a Operação “Dominica Potestas” no interior de Minas Gerais e São Paulo contra tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão. Foram cumpridos 2 mandados de busca e apreensão em Sacramento, no Triângulo Mineiro, e 2 mandados de busca e apreensão em Igarapava, interior de SP. Não houve prisões.
Três são investigados por submeter trabalhadores à condição análoga de escravidão e tráfico de pessoas. Somadas, as penas podem chegar até 16 anos de reclusão, além de multa.
Nos endereços dos investigados, foram apreendidos celulares e documentos diversos, que serão periciados com o objetivo de identificar outras pessoas envolvidas e as circunstâncias dos crimes.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Maranhão e cumpridos pela PF de Uberaba.
Investigações
As investigações foram iniciadas em 22 de março, quando 24 maranhenses foram resgatados em Delta, no Triângulo Mineiro, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE-MG).
Conforme apurado, em fevereiro, homens e mulheres foram enganados pelos investigados e outras pessoas ainda não identificadas quanto às condições de trabalho, moradia e salário. Assim, as vítimas foram convencidas a saírem de casa no interior do Maranhão para irem trabalhar em um local a quase 2.500 km de distância.
Além das condições indignas do alojamento, foi identificado o local de trabalho não tinha banheiro, o fornecimento de água era racionado e alguns trabalhadores apenas faziam uma refeição por dia por falta de dinheiro.
Também foram constatados outros fatores que configuram a submissão das vítimas a condições análogas ao trabalho escravo diante da jornada exaustiva, ambiente de trabalho e moradia degradantes, assim como restrição de locomoção devido a dívidas com os suspeitos tanto no momento da contratação, como no curso do contrato de trabalho.
Ainda conforme as apurações, os trabalhadores chegavam a vender bens e levantar recursos para pagar a própria passagem sob a promessa de ganhar um salário ideal.
Diante da gravidade da situação, a PF solicitou à Justiça os mandados de busca e apreensão contra os 3 investigados, visando apreender computadores, mídias e quaisquer outros materiais.
Segundo a Superintendência da PF do Maranhão, as investigações continuam.
Fonte: G1
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