Doria muda previsão e afirma que toda a população adulta de SP será vacinada contra Covid-19 até o final de outubro; veja calendário
Previsão divulgada pelo governador nesta quarta é diferente da anunciada por ele próprio dois dias atrás. Na segunda-feira, Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, disse que estimativas de vacinar toda a população até dezembro são ‘otimistas’, dado o ritmo da produção de vacinas até o momento.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a vacinação contra a Covid-19 de todas as pessoas com mais de 18 anos no estado deve ser concluída até o final de outubro deste ano. A promessa foi feita em uma postagem nas redes sociais nesta quarta-feira (2).
“Vamos vacinar toda a população adulta do estado de São Paulo até 31 de outubro deste ano”, disse Doria.
Em coletiva de imprensa, Doria reforçou a promessa e disse que toda a população adulta do estado estará vacinada até o dia 31 de outubro.
“São Paulo vai concluir toda a vacinação da sua população até o dia 31 de outubro – toda a população vacinável do estado de são Paulo será vacinada até 31 de outubro. A população com mais de 18 anos estará plenamente imunizada até esta data”, disse o governador.
Na coletiva desta quarta, o governo divulgou, pela primeira vez, datas de vacinação de pessoas sem comorbidade com menos de 54 anos. Veja as datas:
- 1 a 20 de julho – 55 a 59 anos
- 2 a 16 de agosto – 50 a 54 anos
- 17 a 31 de agosto – 45 a 49 anos
- 1 a 10 de setembro – 40 a 44 anos
- 11 a 20 de setembro – 35 a 39 anos
- 21 a 30 de setembro – 30 a 34 anos
- 1 a 10 de outubro – 25 a 29 anos
- 11 a 31 de outubro – 18 a 24 anos
De acordo com Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização, o calendário foi montado levando em conta a projeção de entregas disponíveis no site do Ministério da Saúde.
A previsão do governo estadual é a de que toda a população adulta tome a segunda dose da CoronaVac até o final de novembro, e a segunda dose das vacinas Pfizer e Astrazeneca até janeiro.
Mudança nas previsões
A previsão divulgada pelo governador nesta quarta é diferente da anunciada por ele próprio dois dias atrás. Na segunda-feira (31), em coletiva no Instituto Butantan, o governador havia prometido que a vacinação seria encerrada até dezembro.
No mesmo dia, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, discordou da previsão do governador e declarou que “é muito otimista chegar à vacinação de toda a população adulta até o fim deste ano”.
No seminário Webinário Direitos Já!: Desafios para uma Articulação Nacional no Enfrentamento à Pandemia, ele disse que “a julgar pelo ritmo, isso não vai acontecer nessa velocidade em que está previsto e, possivelmente, nós vamos conseguir terminar a vacinação de 50 a 60 milhões, que é o que está previsto aí nessa fase inicial do PNI, na minha previsão, no final de setembro a início de outubro”.
“Antes disso não teremos essa possibilidade”, afirmou o diretor do Butantan.
Dimas destacou ainda que “o ritmo de vacinação nunca foi suficiente, em nenhum momento, para justificar uma aceleração muito grande da vacinação, mesmo tendo disponibilidade de vacinas”.
A previsão de vacinar toda a população do estado até outubro é diferente da estimada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em evento na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na segunda, ele declarou que “até o final do ano teremos a nossa população imunizada”.
Em reunião virtual com a Organização Mundial da Saúde (OMS) no fim de abril, o ministro disse ser “possível garantir” que toda a população brasileira será vacinada até o fim de 2021.
Promessas anteriores
Em setembro do ano passado, Doria chegou a afirmar que a vacinação para a “totalidade da população” seria feita “ao longo dos dois primeiros meses de 2021”, ou seja, entre janeiro e fevereiro deste ano – o que não ocorreu.
“Aos brasileiros de São Paulo, sim, garanto que teremos a vacina, a CoronaVac, para atender a totalidade da população de São Paulo já ao final deste ano e ao longo dos dois primeiros meses de 2021, e vamos imunizá-los”, disse Doria em setembro de 2020.
Naquele momento, o governo federal ainda não havia assinado nenhum contrato com produtores de vacinas nem havia campanha de imunização em curso.
Fonte: G1
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