Professor de ciências em SP cria respirador caseiro com peças de impressora 3D e desentupidor de pia
16 de abril de 2020 1476 Visualizações

Professor de ciências em SP cria respirador caseiro com peças de impressora 3D e desentupidor de pia

Preocupado com a falta de aparelhos em hospitais, Carlos Renato da Silva desenvolveu protótipo em casa. Ideia é atrair pessoas que possam aperfeiçoar projeto para colocá-lo em prática.

Desentupidor de pia, cano de PVC, mangueira, um motor de para-brisa e uma impressora 3D. Isso foi tudo que o professor de ciências Carlos Renato da Silva, de 41 anos, morador de Batatais (SP), precisou para criar um respirador mecânico caseiro na tentativa de contribuir para o combate à pandemia do novo coronavírus.

Para improvisar as bombas de ar, o professor usou dois pares de desentupidores de pia e os uniu a duas mangueiras feitas com conduítes de eletricistas. O sistema, interligado por uma barra de plástico feita na impressora 3D, é comandado pelo motor de para-brisa.

Enquanto uma das mangueiras leva oxigênio ao paciente, a outra serve para retirar o gás carbônico emitido pelo pulmão, que foi simulado com uma bexiga. O protótipo, feito pelo professor com ajuda do filho José Renato, de 12 anos, custou cerca de R$ 180.

Da teoria à prática

Carlos teve a ideia de criar o protótipo em março, enquanto assistia a uma entrevista do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a falta de respiradores mecânicos. Os aparelhos são essenciais no tratamento de pacientes de coronavírus com falta de ar.

Na época, Mandetta comentou as dificuldades enfrentadas para comprar os equipamentos, mas disse que o governo trabalhava em um projeto. “Você sonha com uma Ferrari, mas estamos desenhando com a Coppe-Rio, com algumas unidades do Brasil de produção, um respirador, um fusquinha, para que a gente possa ter com muita capilaridade”, afirmou.

O “fusquinha” despertou em Carlos a vontade de colaborar. “Ele chamou a comunidade para fazer, para ter ideia, para produzir alguma coisa barata. Hospitais que têm recurso conseguem respiradores, só que algumas comunidades não têm recurso, aí complica”, diz.

O professor é funcionário do Departamento de Física da USP de Ribeirão Preto (SP). Em casa desde março, quando foi decretada a quarentena no estado de São Paulo, ele passou a trabalhar na montagem. O resultado foi a colaboração de professores de diferentes áreas, dispostos a fazer o projeto evoluir.

“A gente não está brincando. A gente está desenvolvendo. Tanto é que os professores da USP um já começou a contatar o outro, e eles me mandam mensagens, perguntas, ideias. A gente está trabalhando.”

Aperfeiçoamento

De acordo com o professor, embora o projeto seja promissor, ainda são necessários testes e aperfeiçoamento. Muitas das peças utilizadas, por exemplo, não são hospitalares. Por isso, a ideia dele é chamar a atenção de pessoas que tenham condições, neste momento, de aperfeiçoar o protótipo para produzi-lo.

“[Quero] mostrar que dá para ser feito, para alguém tomar iniciativa de pegar o protótipo e falar ‘me dá, que tenho condições de fazer uma coisa descente, com material hospitalar’. Estou acelerando o negócio. Já é meio caminho andado”, explica.

Preocupado com o avanço da doença no Brasil, Carlos tem esperança de que a ideia seja adotada por alguma entidade que possa aperfeiçoá-lo. Para isso, ele está disposto a oferecer os projetos que já desenvolveu de maneira gratuita a qualquer um que queira espalhar o bem.

“Não quero retorno nenhum. Quero é tentar salvar vidas”, diz. “A gente não pode ficar só sentado assistindo TV. Tem que fazer alguma coisa. Estou desesperado para fazer isso funcionar.”

Professor de ciências de Batatais (SP) cria respirador mecânico com desentupidor de bia e impressora 3D — Foto: Carlos Renato da Silva/Acervo pessoal

Fonte: G1

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