Vacina contra a Covid-19 da Moderna gera pelo menos 3 meses de imunidade após segunda dose, diz estudo
Pesquisadores agora estudarão se a imunidade nos voluntários vacinados será alta a longo prazo. A farmacêutica Moderna já entrou com pedido de uso emergencial da vacina na agência reguladora dos EUA e da Europa.
Conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH, em inglês), da Inglaterra, um estudo independente sobre a duração dos anticorpos produzidos pela vacina contra a Covid-19 da farmacêutica Moderna mostrou que a imunidade gerada tem duração de pelo menos três meses após a segunda dose.
Os pesquisadores testaram o nível de dois anticorpos contra a Covid-19 após os voluntários terem tomado as duas doses da vacina e observaram uma queda leve e prevista na imunidade. Mesmo com a queda prevista, os vacinados apresentaram imunidade maior que aqueles que não se vacinaram e tiveram o coronavírus.
Os participantes do estudo inglês agora serão acompanhados por mais 13 meses. O objetivo é observar como a imunidade gerada pela vacina da Moderna se comportará a longo prazo. A expectativa é que a duração seja maior que os três meses já observados.
Publicado no “New England Journal of Medicine” na quinta-feira (3), o estudo envolveu 34 voluntários. Este é o primeiro estudo independente sobre a vacina da Moderna, que é uma farmacêutica americana.
Um estudo em estágio final feito pelos desenvolvedores do imunizante informou no dia 30 que a vacina foi 94,1% eficaz, sem preocupações sérias de segurança. “A eficácia da vacina contra Covid-19 grave foi de 100%”, afirmou a Moderna na publicação.
Uso emergencial da vacina
No dia 30, a farmacêutica americana anunciou que solicitou a autorização para uso emergencial do seu imunizante à FDA, a agência reguladora dos EUA equivalente à Anvisa brasileira.
A FDA informou que agendou uma reunião de seu comitê de vacinas para discutir o pedido da Moderna em 17 de dezembro.
Segundo o “The New York Times”, se houver aprovação, já em 21 de dezembro os primeiros americanos podem receber essa vacina.
Na quinta, a Moderna informou que planeja disponibilizar entre 100 e 125 milhões de doses do seu imunizante no primeiro trimestre de 2021. Nos EUA, a expectativa é de produzir aproximadamente 20 milhões de doses até o final deste ano.
Estudo aponta mais de 94% de eficácia
O estudo de fase 3, conhecido como estudo COVE, conduzido pelo laboratório da Moderna envolveu mais de 30 mil participantes. Ele foi baseado em 196 casos – 185 eram participantes do grupo de placebo e 11 no grupo que recebeu a vacina. As únicas pessoas que ficaram gravemente doentes – 30 participantes, incluindo um que morreu – receberam o placebo.
“Esta análise primária positiva confirma a capacidade da nossa vacina de prevenir a Covid-19 com 94,1% de eficácia e, mais importante, a capacidade de prevenir a Covid-19 grave. Acreditamos que nossa vacina fornecerá uma ferramenta nova e poderosa que pode mudar o curso desta pandemia e ajudar a prevenir doenças graves, hospitalizações e morte ”, disse Stéphane Bancel, CEO da Moderna.
Como funcionam as 3 fases
Nos testes de uma vacina — normalmente divididos em fase 1, 2 e 3 —, os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a vacinação é capaz de induzir uma resposta imune (ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo).
ETAPAS: Por que a fase 3 dos testes clínicos é essencial para seu sucesso e segurança
Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência da pandemia, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
TIPOS: Os 4 tipos de vacina contra Covid e o que falta para ficarem prontas
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.
Fonte: G1
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