REGIÃO: PF prende dois suspeitos em nova fase de operação sobre invasão de celulares de autoridades
Prisão de suspeitos de integrar grupo que interceptou celular de Moro ocorreram em Brasília e Sertãozinho (SP). Houve busca e apreensão nas duas cidades e em São Paulo.
A Polícia Federal prendeu temporariamente nesta quinta-feira (19), em uma nova fase da operação que investiga a invasão de celulares de autoridades, Thiago Eliezer Martins dos Santos e Luiz Molição, suspeitos de participação no esquema.
Segundo as investigações, os dois são integrantes do grupo que interceptou os celulares de procuradores da Lava Jato e autoridades como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Thiago Eliezer Martins dos Santos foi preso em Brasília e Luiz Molição, em Sertãozinho, interior de São Paulo. Os mandados de prisão são válidos por cinco dias e os dois deverão ser interrogados nesta sexta-feira (20) em Brasília.
A segunda fase da Operação Spoofing também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão nas cidades onde os dois presos estavam e em São Paulo, com a participação de 30 policiais federais.
A ação desta quinta foi autorizada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, mas os detalhes da investigação foram mantidos em sigilo.
A primeira etapa da operação foi deflagrada em julho, após o site The Intercept divulgar trocas de mensagens entre procuradores da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro. Na ocasião, quatro suspeitos foram presos.
Investigados mantidos na prisão
Todos os quatro alvos da primeira etapa da operação continuam presos em Brasília, após a prisão temporária ser convertida em preventiva, sem prazo para acabar.
Um dos presos, Walter Delgatti Neto, assumiu ter sido o responsável por interceptar o celular de Moro. Em depoimento, ele contou como acessou o Telegam — aplicativo de troca de mensagens —do procurador chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e de outros procuradores.
No depoimento, Delgatti Neto:
- revelou que a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) foi a intermediária entre ele e o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, que começou a publicar o conteúdo das mensagens em 9 de junho;
- disse que não recebeu nenhum dinheiro em troca do diálogo;
- disse que sempre se comunicou com Glenn Greenwald de maneira virtual, sem revelar a própria identidade.
De acordo com o Juiz que autorizou a prisão dos quatro suspeitos na primeira etapa da operação, Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, as investigações apontaram que:
- os supostos hackers tiveram acesso ao código enviado pelos servidores do aplicativo Telegram para o celular de Moro e dos outros alvos para abrir a versão do aplicativo no navegador de um computador, e não no celular.
- depois, fizeram ligações para o número de telefone da vítima, “a fim de que a linha fique ocupada e a ligação contendo o código de ativação do serviço Telegram Web seja direcionada para a caixa postal da vítima”.
Fonte: G1
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