CRAVINHOS: Adolescente acusa avô de estupro; saiba identificar os sinais de alerta
Ocorrência foi registrada neste sábado em Ribeirão Preto, mas mãe duvida do relato da filha de 13 anos. Reportagem traz informações de prevenção e identificação de abusos
A Polícia Civil investiga um vigilante de 50 anos, morador de Cravinhos, acusado de estuprar a neta de 13 anos. A mãe da adolescente, que mora em Ribeirão Preto, procurou a Central de Polícia Judiciária (CPJ) na madrugada deste sábado (17).
Em relato aos policiais, a mulher disse que a filha morou com o avô por seis meses. Nesse período, segundo a adolescente, os crimes teriam ocorrido diariamente.
Porém, a mãe ressaltou que não confia nos relatos da filha, acreditando que estaria mentindo para não voltar a morar com o avô.
A mãe da garota também afirmou que a filha faz acompanhamento psicológico, “fala mentiras” e possui “comportamento estranho, com o hábito de sentar no colo das pessoas”, conforme consta no registro policial. Um exame de Corpo de Delito será realizado na vítima.
De janeiro a setembro de 2018, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública, foram registrados 57 casos de estupro de vulnerável em Ribeirão Preto, um aumento de 24% em relação ao mesmo período de 2017 (46 ocorrências) e de 147% se comparado a 2016 (23).
Sinais e prevenção
Segundo a Associação Childhood, que atua na proteção à criança e ao adolescente, “o diálogo deve acontecer desde os primeiros anos de vida, já que o abuso ou a exploração sexual pode acontecer em todas faixas etárias”.
A associação ressalva que “estudos mostram que informações sobre o corpo humano e a sexualidade podem tornar crianças e adolescentes menos vulneráveis à violência sexual”, além de “fornecerem habilidades para que eles procurem ajuda em situações de risco”.
De acordo a crianças e adolescentes vítimas de abuso podem sofrer com mudanças bruscas no comportamento, no humor, sem explicações, assim como apresentar comportamentos regressivos, ou agressivos, sonolência excessiva, perda ou excesso de apetite.
Elas também podem apresentar baixa autoestima, insegurança, comportamentos sexuais inadequados para a idade e procura por isolamento.
A Childhood ressalta que a existência de um ou mais sinais nem sempre indica a violência sexual, cabendo aos os órgãos responsáveis investigar os indícios.
Recomendações
Em casos de revelação de violência sexual, a Childhood recomenda que os familiares ou responsáveis precisam entender como dialogar, deixando a vítima segura em um ambiente tranquilo, com a privacidade respeitada, para que possa ser ouvida, sem interrupções e atentamente.
“A violência sexual é um fenômeno que envolve medo, culpa e vergonha e a criança e o adolescente só se sentirão encorajados a falar sobre o assunto se perceberem interesse do ouvinte”, aponta a associação.
A Childhood diz que não se deve criticar a vítima ou duvidar do que ela está falando, tampouco demonstrar reações extremas ou que expressem insegurança.
É necessário também, não perguntar detalhes da violência, e nem fazer com que a vitima repita a história várias vezes, pois isso poderá aumentar o sofrimento, e perturba-la. Diminuir os sentimentos da criança, ou adolescente, também é uma maneira errada de conduzir a conversa, e muito menos trate a vítima com “pena”.
“Procure não perguntar diretamente os detalhes da violência sofrida nem fazer a vítima repetir sua história várias vezes. Isso poderá perturbá-la e aumentar o seu sofrimento”, aponta a Childhood.
Entenda o que é abuso
Segundo o Guia de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes elaborado pela ANDI (organização sem fins lucrativos que atua em mídia e desenvolvimento), o abuso sexual ocorre na utilização dos seus corpos para a prática de uma ação de natureza sexual que satisfaça os desejos do autor.
Geralmente, a vítima possui uma relação de confiança com o autor, mesmo que momentânea. Apesar de nem sempre ocorrer violência física, a presença de violência psicológica está sempre presente.
Na maioria dos casos, segundo a publicação, o autor é parte do cotidiano e convívio da vítima.
O abuso pode ser caracterizado como sexual intrafamiliar (quando o caso ocorre dentro da família, e o autor possui relação de parentesco) ou sexual extrafamiliar (quando o autor não têm parentesco com a vítima).
FONTE: www.acidadeon.com/ribeiraopreto
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