Dia do amigo: menino de 6 anos raspa cabelo para homenagear amigo com câncer em Mato Grosso
No Dia do Amigo, comemorado nesta terça-feira (20), a professora Luciana Auxiliadora Miranda, compartilha a história de como a amizade ajudou o filho dela na luta contra o câncer.
No Dia do Amigo, comemorado nesta terça-feira (20), a professora Luciana Auxiliadora Miranda, compartilha a história de amizade de dois meninos de 6 anos que estiveram juntos em um dos momentos mais difíceis da vida: a luta contra o câncer de um deles.
Em 2018, o filho dela, Áthila Samuel Nunes, teve câncer, aos 6 anos. O amigo, Miguel, também com 6 anos, raspou o cabelo para ficar igual a ele e homenagear o garoto. A amizade se fortaleceu desde então.
Áthila descobriu o câncer após um nódulo ser encontrado no pescoço. O menino precisou começar o tratamento com quimioterapia.
Um mês após o início do tratamento, que é agressivo ao organismo, o cabelo de Áthila começou a cair. Foi nesse momento que, mais uma vez, a amizade se fez presente.
Miguel, também com 6 anos na época, estudava na mesma sala de aula de Áthila. Os dois eram muito amigos, mas com o tratamento, já não podiam mais se ver.
“O Miguel chegou a ir visitar o Áthila no hospital, enquanto ele estava internado. Mas, por ser criança, não podia vê-lo. Ele não entendeu e não gostou nada de não poder ver o amigo”, conta Luciana.
Depois disso, Miguel decidiu que iria fazer uma homenagem ao amigo: raspar o cabelo para ficar igual a ele.
Ao receber uma chamada de vídeo e ver o que o amigo fez, a reação foi de surpresa. “Incrível”, foi a primeira coisa que Áthila disse.
Luciana conseguiu uma autorização médica para o filho poder visitar o amigo na escola, pelo menos naquele dia. Por alguns minutos, os dois amigos puderam ficar juntos no recreio da escola, como antes de tudo acontecer.
Com máscara facial, Áthila se protegia. Os dois amigos conseguiram registrar uma foto para guardar de recordação daquele momento.
Luciana conta que a amizade foi essencial para o filho e para ela durante o tratamento.
“Os amiguinhos mandavam vídeos, mensagens, a professora mandava vídeo também, faziam cartinhas para ele. Eles também mandavam orações, brinquedos para distraí-lo e vídeos cantando parabéns nos aniversários. O Áthila não se sentiu sozinho, mesmo tendo que ficar isolado no hospital e depois em casa”, narra.
O menino ficou internado por 20 dias no hospital, e mesmo depois, não pode ver ninguém. Ele precisou ficar em isolamento mesmo após sair da internação, por causa da imunidade.
Desde 2018, Áthila parou de frequentar as aulas presencialmente, por não poder ter contato com outras pessoas.
Luciana explica que mesmo após o fim do tratamento, uma série de procedimentos precisam ser feitos para assegurar a saúde de Áthila, como exames periódicos e acompanhamento, além do isolamento por mais um período.
Após três anos de tratamento, Áthila, que, como conta a mãe, recebeu esse nome por causa de um guerreiro huno, venceu a batalha contra o câncer.
Luciana relata que o filho sempre foi muito forte durante todo o tratamento e levava as dificuldades da forma mais tranquila possível.
“Ele brincava e dizia ‘eu nem choro’ diante de todos os exames, agulhas e tratamentos que tinha que fazer. Quando precisava passar horas quieto na máquina de ressonância, ele fechava os olhos e cantava durante todo o exame, para se distrair”, diz a mãe.
Apesar de não ter mais o câncer, o garoto precisa continuar com algumas medidas de segurança, como o isolamento e exames periódicos para o acompanhamento médico.
Atualmente, o garoto está livre da quimioterapia e da radioterapia.
O que permaneceu foi a boa amizade com Miguel, que ajudou na batalha. Apesar do isolamento por causa da pandemia e também por causa da imunidade de Miguel, os dois mantém a amizade como antes, por enquanto, pelas redes sociais e vídeochamadas.
Fonte: G1
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