REGIÃO: HC de Ribeirão Preto, SP, inicia seleção de 500 voluntários para teste da vacina para Covid-19
Estudos com substância produzida por empresa chinesa em parceria com o Instituto Butantan deve começar na próxima semana com profissionais de saúde. Com resultados positivos, vacina pode ser produzida até o fim do ano, diz coordenador da pesquisa.
O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) deu início à seleção de voluntários para os testes de CoronaVac, vacina contra a Covid-19 no Brasil produzida na China em parceria com o Instituto Butantan.
A previsão é de que os estudos comecem na próxima semana com 500 participantes, 200 a mais do que a previsão inicial, segundo Eduardo Barbosa Coelho, professor do departamento de clínica médica da Faculdade de Medicina da USP, coordenador da pesquisa na cidade.
“Se a vacina funcionar, certamente vai ser uma arma fundamental para o combate à doença, vai impedir que a doença se propague tão rápido. Esse é o grande papel de uma vacina e é por esse motivo que estamos trabalhando duro para conseguir fazer com que esse protocolo ande na velocidade mais rápida possível”, diz.
Os voluntários devem ser profissionais de saúde em boas condições clínicas, que não testaram positivo para o novo coronavírus, que se comprometam a ir com frequência ao HC e que atuem em enfermarias e UTIs com pacientes infectados pela doença. Eles devem se inscrever no site do Hospital das Clínicas, que fará a escolha dos pacientes.
“Estamos dando preferência para vacinar as pessoas que são mais expostas ao risco de contrair a doença. E, no momento, as pessoas mais expostas são os profissionais de saúde que lidam diretamente com os pacientes Covid.”
O HC de Ribeirão Preto é um dos 12 locais escolhidos em todo o país para os testes da vacina, que deve ser aplicada em 9 mil pessoas. Em duas fases anteriores, o produto já foi aplicado em mil pessoas na China e, a princípio, não apresentou riscos, segundo Coelho.
O protocolo de estudos deve se estender por um ano, mas, se a vacina apresentar resultados positivos, poderá ser produzida até o fim deste ano.
“A gente imagina que, se os resultados que se observaram nos estudos preliminares forem semelhantes à vacinação e com maior número de pessoas, a gente tenha essa resposta positiva antes e com isso seja possível registrar a vacina antes do final do estudo.”
De acordo com o professor da USP, o grupo segue as normas de uma recente resolução da FDA (Food and Drug Administration, em inglês), agência que atua como a Anvisa nos Estados Unidos, com uma eficiência esperada de pelo menos 50% nas vacinas em desenvolvimento, dada a urgência da pandemia. Mas a meta é que a resposta de imunização seja superior a 80%.
“Se uma vacina funcionasse 50% certamente ela pode contribuir para diminuir a propagação do vírus, isso já ajuda e ajuda bastante. O dado é técnico, esperamos que a vacina funcione bem mais que isso”, explica.
Testes da vacina
Dos 500 voluntários em Ribeirão Preto, 250 receberão a vacina, substância com vírus inativo elaborada pela Sinovac Biotech, enquanto as outras 250 receberão um placebo.
Cada paciente terá duas doses em um intervalo de 15 dias e será monitorado por uma equipe médica. A expectativa é de que as doses causem reações adversas comuns, como as que se manifestam em parte das pessoas que se vacinam contra a gripe, por exemplo.
De acordo com ele, nem os médicos nem os voluntários saberão qual grupo receberá a vacina. Todos os dados dos testes serão registrados em tempo real em formulários eletrônicos, que ficarão disponíveis para uma equipe independente, que avaliará a variação dos resultados de maneira progressiva e poderá indicar tendências.
Como funciona a vacina da China?
O acordo de tecnologia foi fechado com a gigante farmacêutica chinesa Sinovac Biotec. A vacina foi desenvolvida da seguinte forma:
- O coronavírus é introduzido numa célula de macaco, a chamada célula vero.
- Essa célula é muito usada em vacinas como meio de cultura, de multiplicação de vírus.
- Por fim, o vírus é inativado para não causar Covid-19.
- É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe).
- Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado.
- Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
- A vacina da Sinovac Biotech já foi aprovada para testes clínicos na China.
Fonte: G1
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