SAÚDE: Sensor capaz de detectar Zika é desenvolvido na USP de São Carlos
5 de junho de 2019 423 Visualizações

SAÚDE: Sensor capaz de detectar Zika é desenvolvido na USP de São Carlos

Pesquisa anda junto ao Ministério da Saúde e ainda continua ativa; o objetivo agora é conseguir simplificar o procedimento

Tendo como especialidade, desde há alguns anos, o desenvolvimento de “chips” destinados a detectar doenças infecciosas, o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), liderado pelo Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, acaba de concluir a primeira parte de um grande projeto para a criação de um sensor capaz de detectar a presença do Zika vírus, distinguindo-o do vírus da Dengue.  

Este trabalho foi tema da tese de doutoramento do Dr Henrique Faria, desenvolvida no GNano, e recentemente insere-se em um grande projeto denominado RENEZIKA*, do qual o grupo faz parte junto ao Ministério da Saúde. Uma rede implementada em maio de 2015 e formalizada no ano seguinte, através da Portaria nº 1046 de 20/05/2016, logo após o surgimento do vírus da Zika, que se expandiria pelo nosso país.  

“O trabalho de nosso grupo se concentrou em desenvolver um sensor que detecta e distingue o que é Zika e o que é Dengue, ou seja, ele consegue ler o material genético e confirmar se é Zika, ou não”, esclarece Zucolotto. Já existem sensores destinados à Dengue (testes rápidos), cuja missão, na maioria das vezes, é identificar uma proteína que o paciente infectado tem presente no corpo, a qual é liberada pelo vírus após a infecção, designada NS1. “O problema é que o vírus Zika também expressa a NS1 e aí você não sabe se o paciente está contaminado com Zika ou com Dengue”, explica o pesquisador.  

A primeira parte deste complexo trabalho está pronta, onde os autores mostraram o conceito e o desenvolvimento da tecnologia. O projeto continua, envolvendo vários alunos de Pós-Graduação e Iniciação Científica na busca de otimizar a tecnologia e utilizar outras moléculas para detecção, como os anticorpos, o que tornaria o biossensor relativamente mais simples.  

Contudo, a equipe do GNaNo está bastante animada com o progresso do trabalho e com as sucessivas etapas alcançadas rumo à concretização da criação deste sensor genético.  

São objetivos da rede RENEZIKA:  

– Subsidiar o Ministério da Saúde com informações de pesquisas relacionadas ao vírus Zika e doenças correlatas no âmbito da vigilância, prevenção, controle, mobilização social, atenção à saúde e ao desenvolvimento científico e tecnológico;  

– Contribuir na formulação e aperfeiçoamento de protocolos e outros documentos técnicos do Ministério da Saúde relativos ao tema;  

– Fortalecer a capacidade de produção de análises epidemiológicas e desenvolvimento de projetos de pesquisa prioritários sobre o assunto para o Sistema Único de Saúde (SUS);  

– Buscar fontes potenciais de financiamento para pesquisas relacionadas ao tema, otimizando a seleção e execução de parcerias;  

– Promover a participação em eventos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica;  


– Apoiar e organizar eventos com especialistas nesta área de atuação; e  

– Fomentar o desenvolvimento de estudos multicêntricos sobre o vírus Zika e doenças correlatas.  

Fonte: acidadeon.com

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