Vacina russa para Covid-19 induziu resposta imune e não teve efeitos adversos, indica estudo preliminar publicado na ‘The Lancet’
4 de setembro de 2020 792 Visualizações

Vacina russa para Covid-19 induziu resposta imune e não teve efeitos adversos, indica estudo preliminar publicado na ‘The Lancet’

Cientistas russos observaram que uma das limitações foi a falta de grupo controle, e que mais testes são necessários para comprovar a eficácia da vacina. Governo do Paraná, que firmou parceria para fabricar o imunizante, prevê iniciar testagem no Brasil em 1 mês.

A vacina russa para a Covid-19 não teve efeitos adversos e induziu resposta imune, indica um estudo com resultados preliminares publicado na revista científica “The Lancet”, uma das mais importantes do mundo, nesta sexta-feira (4). Os cientistas russos reconheceram a necessidade de mais testes para comprovar a eficácia da vacina.

Chamada de “Sputnik V”, a imunização foi registrada no mês passado na Rússia, mas a falta de estudos publicados sobre os testes gerou desconfiança entre a comunidade internacional.

No Brasil, o governo do Paraná firmou uma parceria para desenvolver a vacina russa e, nesta sexta (4), o governo informou que o pedido de registro do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve ser feito em 10 dias e que os testes no país devem começar em 1 mês.

Indução de resposta
Segundo os resultados publicados, referentes às fases 1 e 2, não houve efeitos adversos até 42 dias depois da imunização dos participantes, e todos desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2) dentro de 21 dias. Os cientistas do Instituto Gamaleya, que desenvolveu a vacina, disseram em coletiva que essa resposta foi maior do que a vista em pacientes que foram infectados e se recuperaram do novo coronavírus naturalmente.

A vacina russa foi testada em 76 pessoas. Todas receberam uma forma da vacina (veja detalhes das etapas dos testes mais abaixo), sem grupo controle.

Além disso, os resultados também sugerem que a vacina produz uma resposta das células T, um tipo de célula de defesa do corpo, dentro de 28 dias. As células T têm, entre outras funções, destruir células infectadas por um vírus.

O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, disse que o resultado é importante, mas ressalta que ainda falta a fase 3, em que a vacina é testada em um grande número de pessoas.

“É um estudo aguardado, publicado em uma revista séria. Hoje a vacina pode ser categorizada como realmente uma candidata, mas isso ainda depende de estudo de fase três onde estão 7 outras vacinas”, disse Kfouri.
As fases 1 e 2 dos testes de uma vacina buscam verificar a eficácia e a segurança delas, ainda com menos participantes que a fase 3. Normalmente, os testes de fase 1 têm dezenas de voluntários, os de fase 2, centenas, e os de fase 3, milhares.

Na fase 3, objetivo dos testes é verificar a eficácia em larga escala. As etapas costumam ser conduzidas separadamente, mas, no caso da pandemia, por causa da urgência dos resultados, várias vacinas têm sido testadas simultaneamente em mais de uma fase.

Os testes
A vacina russa usa dois vetores de adenovírus, que funcionam como um “veículo de lançamento” do novo coronavírus no corpo: um é o adenovírus humano recombinante tipo 26 (rAd26-S) e o outro é o adenovírus humano recombinante tipo 5 (rAd5-S), que foram modificados para expressar a proteína S do novo coronavírus. A proteína S é a que o vírus usa para entrar nas células e infectá-las.

Os adenovírus usados foram enfraquecidos, de modo que não pudessem se replicar nas células humanas e não podem causar doenças (o adenovírus geralmente causa o resfriado comum).

Duas “versões” da vacina foram testadas: uma congelada, destinada a cadeias de produção globais, e outra liofilizada (desidratada), destinada a locais difíceis de alcançar.

Não houve grupo controle (o que recebe uma substância inativa, o placebo, para que os cientistas possam comparar os efeitos em quem recebeu a vacina com os de quem não recebeu). Isso foi notado pelos autores como uma limitação do estudo.

Outro ponto limitante, indicam os cientistas, é que os voluntários incluídos eram relativamente jovens, com idades entre 20 e 30 anos. (Pessoas mais velhas correm mais risco de morrer pela infecção com o Sars-CoV-2).

 

Fonte: G1

Anterior Petrobras anuncia novo reajuste no preço do gás de cozinha
Next REGIÃO: Vítima acorda e flagra vizinha furtando sua casa

Você pode gostar também

Últimas Notícias

BARRETOS: Plastripel investe em testagem de colaboradores no plano de prevenção a Covid-19

nvestindo no combate a disseminação da Covid-19, que deu origem a pandemia mundial, além dos cuidados com as medidas de segurança, higiene e prevenção que estão sendo adotadas para garantir

Últimas Notícias

Senado aprova revogação da Lei de Segurança Nacional

Texto não obteve o mínimo de 308 votos favoráveis e será arquivado A proposta rejeitada, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), determinava a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo

Últimas Notícias

REGIÃO: Mãe é suspeita de agredir filho com faca

Homem de 37 anos seria morador de rua e teria voltado para dormir em casa, quando relata ter sido alvo de facada; caso ocorreu na tarde desta quarta (21), na

0 Comentário

Seja o primeiro a comentar este artigo!

Você pode gostar também Comente sobre esta notícia.

Deixe uma resposta