Suspensão de insumos do Ipen deve afetar 300 pacientes com câncer por semana em hospital de Barretos
23 de setembro de 2021 857 Visualizações

Suspensão de insumos do Ipen deve afetar 300 pacientes com câncer por semana em hospital de Barretos

Segundo coordenador da unidade, procedimentos poderão ser reagendados. Na noite de quarta-feira (22), União liberou 21% do valor necessário para regularização da produção.

O Hospital de Amor de Barretos (SP), instituição de referência no tratamento do câncer, estima que cerca de 300 pacientes por semana devem ser afetados pela paralisação na produção de insumos por parte do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

De acordo com Wilson Furlan Alves, coordenador do departamento de Medicina Nuclear do hospital, o último carregamento que a unidade recebeu permite a continuação do atendimento para esta semana. A partir da próxima semana, não há garantia da assistência.

Ele explica que a suspensão prejudica principalmente pessoas que precisam fazer algum tipo de exame, uma vez que o Tecnécio, utilizado para realizar a maioria das cintilografias, está entre os materiais adquiridos pelo hospital por meio do Ipen. Porém, o coordenador ressalta que outros materiais radioativos usados no tratamento de pacientes também podem faltar.

“É um número grande de pacientes que serão prejudicados por semana caso não recebamos os insumos. Na próxima semana, a gente não vai conseguir fazer os exames desses pacientes. Esses pacientes vão começar a ser avisados ainda nesta semana”, disse.

Repasse emergencial
A suspensão na fabricação de radiofármacos e radioisótopos foi anunciada no último dia 14 de setembro pelo órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo federal.

A entidade alegou falta de verba após corte de 46% do valor repassado pela União. Na segunda-feira (20), um último carregamento dos produtos fabricados foi entregue.

No ano passado, o valor repassado ao órgão foi de R$ 165 milhões. Neste ano, até agosto, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões.

Atualmente, o Ipen é responsável por cerca de 85% de toda a produção nacional de medicamentos com material radioativo usados no tratamento contra o câncer. Na noite de quarta-feira (22), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações liberou, em caráter emergencial, R$ 19 milhões ao órgão.

A portaria permite a compra imediata de insumos importados para voltar a produção. No entanto, o valor ainda não é o total necessário para que o Ipen regularize as atividades..

Em carta enviada aos hospitais e laboratórios que consomem os produtos fabricados no Ipen, o órgão afirmou ter feito um pedido ao governo para a aprovação de recursos extras no valor de R$ 89,7 milhões para continuar a produção de insumos até o final do ano.

No entanto, os R$ 19 milhões liberados de forma emergencial ao órgão na quarta representam 21% do valor necessário para a produção.

“Com caráter emergencial, o texto é uma alternativa mais rápida para complementar os recursos do IPEN. O Governo Federal vem atuando desde junho de 2021 em conjunto com Congresso Nacional para a recomposição total do orçamento do Instituto. O PLN 16/2021, previsto para ser votado na próxima semana, disponibilizará recursos ao IPEN no valor de R$ 34 milhões. A aprovação de um novo projeto de lei, da ordem de R$ 55 milhões, será necessária posteriormente para recompor o orçamento do Instituto até o fim do ano”, disse o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações em nota.

Equipe busca alternativas
Wilson Alves afirma que uma das possibilidades para o Hospital do Amor não depender totalmente do Ipen é a importação de parte dos produtos, algo que está sendo estudado pela unidade, mas que ainda levaria um certo tempo até a chegada dos materiais.

“Existe uma possibilidade de importação, como por exemplo do Tecnécio [utilizado para realização de exames]. Por hora, a gente não conseguiu. Mesmo que a gente consiga, só depois de três semanas que a gente faz o pedido da compra esse material chegaria até nós”, explicou o coordenador.

Por outro lado, Alves pondera que não é possível importar os produtos utilizados para tratamento, como o Iodo-131 e Lutécio.

“A única fonte de compra desse material é o Ipen. O Tecnécio a gente ainda tem uma saída, apesar de não sabermos se vamos conseguir importar esse material. Mas o Iodo e o Lutécio, a gente não vai ter enquanto o Ipen não voltar a produzir. Daí o tratamento dos pacientes vai ficar suspenso. A gente não vai conseguir fazer o tratamento.”
Caso a importação não se concretize e a verba liberada não seja suficiente para abastecimento imediato, o coordenador do Hospital do Amor estima, ainda, que os procedimentos só poderão ser reagendados cerca de duas semanas depois de a produção do Ipen ser normalizada.

 

Fonte: G1
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