SP registra a primeira morte pelo novo coronavírus no Brasil
Governo de SP investiga outras 4 mortes
Homem de 62 anos tinha diabetes, hipertensão e hiperplasia prostática. Nesta manhã, havia 301 casos do novo vírus confirmados pelas secretarias estaduais de Saúde.
O estado de São Paulo registrou o primeiro caso no Brasil de morte de pessoa infectada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), segundo informou o governo estadual nesta terça-feira (17). O homem tinha 62 anos e estava internado em um hospital particular. Ele morava na cidade de São Paulo e tinha histórico de diabetes e hipertensão, além de hiperplasia prostática — um aumento benigno da próstata que não é uma doença, mas uma condição comum em homens mais velhos que pode causar infecções urinárias.
Até a última atualização desta reportagem, não havia sido divulgada se o homem viajou ao exterior ou se teve contato com alguém contaminado no Brasil.
Nesta manhã, no momento em que a morte foi anunciada pelo governo de São Paulo, havia 301 casos da doença causada pelo vírus, a Covid-19, confirmados pelas secretarias de Saúde dos estados. Boletim do Ministério da Saúde desta segunda-feira (11) confirmava 234 casos.
A Secretária Estadual de Saúde confirmava, ainda na segunda-feira, 152 casos da doença em São Paulo. O número era mantido até a manhã desta terça. Ao todo, são mais 1.777 casos suspeitos de coronavírus no estado.
O governo de São Paulo avalia que o surto de coronavírus deve durar “de quatro a cinco meses”. No entanto, as medidas restritivas adotadas pela administração estadual, como a suspensão das aulas e a restrição de eventos (leia mais abaixo), não devem ser aplicadas durante todo este período.
Nesta terça-feira, foi publicado no Diário Oficial da cidade de São Paulo decreto de estado de emergência, que permitirá à Prefeitura requisitar bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, com pagamento posterior de indenização justa.
Isso significa dizer que a Prefeitura poderá, por exemplo, exigir dos fabricantes de álcool em gel que vendam o produto à administração pública a “preço justo”, em caso de falta. O decreto de emergência também autoriza a dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços destinados ao enfrentamento da emergência.
Foram impostas, ainda, uma série de medidas para restrição da circulação de pessoas na capital paulista e no estado. As aulas nas escolas municipais e estaduais estão sendo suspensas, de forma gradual, desde o início da semana e devem ser totalmente interrompidas até sexta-feira (20). A suspensão também ocorre em escolas particulares e universidades.
O governo estadual determinou o cancelamento de eventos públicos estaduais, independentemente do número de pessoas. A Prefeitura de São Paulo deverá suspender o alvará para grandes eventos, que já estão sendo cancelados e adiados.
Funcionários públicos com mais de 60 anos, com exceção dos que atuam nas áreas de Segurança e Saúde, irão trabalhar de casa. A Prefeitura de São Paulo recomendou que os idosos, acima de 60 anos, evitem usar o transporte público para evitar o risco de contaminação e proliferação da doença.
As medidas mudaram o cenário da cidade de São Paulo, que tinha poucos carros e pedestres nesta segunda e na terça-feira. Às 8h desta terça, as ruas da cidade estavam vazias e o índice de lentidão estava bem abaixo da média. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 7h havia 7 quilômetros de congestionamento na cidade, quando a média varia entre 25 e 39 quilômetros.
Reavaliação de testes laboratoriais
Ainda na segunda-feira, o governo estadual informou que “vai avaliar” a nova recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que todos os casos suspeitos do novo coronavírus sejam submetidos a exames laboratoriais. A afirmação foi feita pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.
Na sexta-feira (13) o governo de São Paulo havia anunciado que somente pacientes internados seriam submetidos ao teste laboratorial na rede pública e que o diagnóstico clínico seria adotado para outros casos suspeitos.
Fonte: G1
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