REGIÃO: Casal é condenado a 13 anos de prisão por morte de jovem queimada viva
Lauany Viodres do Prado e Leonardo Gonçalves Cantieri foram condenados por homicídio duplamente qualificado da comerciante Núbia Ribeiro, em setembro de 2017. Comparsa deles também foi sentenciado.
O tribunal do júri condenou à prisão, no início da noite desta quinta-feira (10), o casal Lauany Viodres do Prado e Leonardo Gonçalves Cantieri pela morte da comerciante Núbia Ribeiro, queimada viva em Franca (SP), em setembro de 2017. O crime, segundo a acusação, foi motivado por ciúme.
Conforme a sentença, cada um dos réus deverá cumprir pena de 13 anos de prisão, em regime fechado, por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O amigo deles, Ítalo Vinícius Neves, também foi condenado. A pena dele é de sete anos e meio, em regime fechado, por homicídio simples.
Por telefone, o advogado de Leonardo, Rafael Souza Barbosa, disse que respeita a decisão judicial.
O advogado de Lauany, José Antônio Abdala, afirmou que só vai comentar a sentença após analisá-la.
A defesa de Ítalo não foi localizada para comentar a decisão do júri.
Julgamento
O julgamento dos três acusados começou com uma hora de atraso, por volta das 10h, no Fórum de Franca. Presos desde o crime, o trio chegou ao prédio escoltado pela polícia e seguiu direto para a sala do tribunal.
Antes do início da sessão, ao chegar ao Fórum, a mãe da vítima, Tânia Aparecida Ribeiro, disse que estava confiante na condenação, mesmo sabendo que não traria a filha de volta.
“A minha filha foi condenada à morte sem cometer crime algum. Então, assim, seja lá qual pena eles pegarem, vai ser pequena diante da minha dor, diante da dor da Núbia”, afirmou.
O júri foi composto por sete pessoas, sendo quatro homens e três mulheres. Ao longo do dia, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e nove de defesa.
Tânia foi a primeira testemunha a depor. Ela contou como foram os últimos momentos com a filha e descreveu a angústia ao saber do desaparecimento e da morte da jovem. Durante o julgamento, o juiz José Rodrigues Arimatéa, que presidiu o júri, permitiu a entrada de um grupo que se reuniu na porta do Fórum para protestar pela condenação dos réus.
Após depoimentos das testemunhas e do trabalho da acusação, cada um dos advogados teve cerca de duas horas para apresentar suas argumentações.
Por volta das 18h, o júri anunciou as condenações.
O caso
Segundo o Ministério Público, Núbia foi atraída para uma emboscada e morta por vingança. A acusação afirma que o crime foi planejado por Lauany após ela descobrir que o namorado, Leonardo, havia tido um breve relacionamento amoroso com a vítima enquanto o casal estava separado. Para a execução, os dois contaram com a ajuda de Ítalo.
Núbia Ribeiro foi encontrada morta na zona rural de Patrocínio Paulista (SP), a 23 quilômetros de Franca. Segundo a Polícia Civil, ela sofreu traumatismo craniano e teve o corpo parcialmente queimado quando ainda estava viva.
De acordo com o MP, no dia em que foi morta, Núbia se encontrou com Leonardo, a pedido de Lauany. Ela seguiu de carro até o apartamento do rapaz, de onde os dois saíram no veículo dele. Lauany estava escondida no porta-malas, saltou para o banco traseiro durante o trajeto e golpeou a cabeça da comerciante, que desmaiou.
Consta ainda na denúncia que a vítima foi levada até a casa de Ítalo. De lá, o amigo do casal seguiu no carro de Leonardo com a jovem. Núbia teve a cabeça golpeada mais uma vez e sofreu um traumatismo craniano. Após levar a jovem até a zona rural de Patrocínio Paulista, Ítalo ateou fogo nela.
Durante o processo, os acusados apontaram versões diferentes para o crime. Lauany chegou a apresentar três depoimentos distintos, mas negou participação no assassinato de Núbia.
Leonardo confessou o crime, delatando o amigo e a namorada. Ítalo admitiu apenas ter levado o carro de Núbia, sem saber do homicídio.
Fonte: G1
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