EDUCAÇÃO: Suporte carinhoso faz toda a diferença na aprendizagem
Luca e Andrea são um exemplo de como o acompanhamento e a supervisão dos pais é importante; mas cuidado! É preciso ter limites para não inibir a autonomia do aluno
O dever de casa é uma parte importante no processo de aprendizagem da criança, por isso deve ser supervisionado pelos pais.
Para a psicopedagoga institucional Gislaine Cristina Silva Fernandes, do colégio Auxiliadora de Ribeirão Preto, rever o estudo em casa com os pais é um processo de ganho para os dois lados, pois os pais resgatam conteúdos estudados há muito tempo e as crianças se beneficiam com falas importantes.
A publicitária Andrea Propheti, por exemplo, voltou a fazer inglês para poder ajudar o filho Luca, de 8 anos, nas suas lições do curso. “O pai, por falar inglês fluentemente, acaba ajudando no fim das tarefas. Mas eu percebi que eu também precisaria fazer de novo para poder acompanhar o ritmo e ajudar”, conta a mãe.
“Quando tem essa sintonia, quando a família está junta nesse momento de tarefa, o aluno vem mais fortalecido, traz mais contribuições para as próximas aulas e você percebe que esse processo avança de uma forma bem significativa”, afirma Gislaine.
Porém, os pais precisam ficar atentos e sempre se lembrarem de que auxiliar não é entregar a resposta pronta, já que a intenção da prática é proporcionar aos pequenos a responsabilidade de resolverem problemas sozinhos. “Caso ele perceba que a criança tem dificuldade em uma pesquisa, vale muito essa proximidade de ler junto, pesquisar junto, mas sempre dando autonomia”, reforça a psicopedagoga.
Andrea preocupa-se em não “avançar o sinal” ao supervisionar os estudos de Luca, que está no terceiro ano do Ensino Fundamental. “Quando ele acaba, eu sento com ele e vejo se tem alguma coisa errada. Se no meio do caminho ele não consegue fazer porque não entendeu, ele deixa para o final. Aí eu sento e geralmente explico e espero que ele faça. Se tem alguma coisa errada eu sempre aponto e questiono: você prestou atenção nesse exercício? Você viu isso aqui?. Aí ele fala: Ah mãe, agora que eu vi, e corrige”, descreve Andrea.
E Luca cumpre religiosamente o horário determinado para estudo pelos pais. “A gente começa às 14h30. Primeiro fazemos tudo o que tem na pauta do dia da escola, as lições e trabalhos, e depois revisão da matéria”, conta Andrea.
De acordo com a psicopedagoga Gislaine, trabalhar a autonomia da criança desde cedo e incentivar uma rotina de estudos regrada faz com que ela precise cada vez menos da ajuda dos pais e seu desenvolvimento ocorra de forma natural.
A hora de dar espaço
Quando percebeu que o filho Arthur, 10 anos, estava confortável demais com sua ajuda, a mãe Ane Gabriele Junta decidiu lhe dar mais independência. “Nos primeiros anos escolares sempre estive ao lado dele no momento de realizar a tarefa, sempre orientando e sanando dúvidas que iam surgindo. Com o tempo percebi que ele estava ficando acomodado. Observei que ele não estava mais se questionando tanto nem fazendo as devidas pesquisas, pois eu estava ali para facilitar as coisas”, diz.
Este ano, Ane passou a deixar Arthur fazer seus deveres de casa sozinho. “Se surgir dúvida no caminho, ele me chama e pensamos juntos. Caso não surja, ao terminar a tarefa eu dou uma revisada apenas”, conta Ane. “Acho importante incentivá-lo a resolver questões sozinho e, em caso de erros, digo que errar é normal e que é através dos erros que aprendemos cada vez mais. Isso não quer dizer que ele é burro”, acrescenta a mãe.
Cuidado
Uso da tecnologia deve ser supervisionado
As mães Ane e Andrea concordam que o uso das redes sociais atrapalham o aprendizado dos filhos e sabem que precisam tomar cuidado com a internet. “O que vejo de negativo nesse mundo online é a questão das respostas mastigadas. São leituras picadas. Em caso de pesquisas, costumo acompanhar e incentivar a pesquisar materiais mais completos”, comenta Ane.
Já Andrea nem autoriza Luca a fazer pesquisas na rede ainda. “Senão acha a coisa meio pronta. Se ele não sabe o significado da palavra, ele pega o dicionário e vai em busca do significado dela. A matéria que é dada sempre tem no livro, e eu falo: qual que é sua fonte de pesquisa? e ele responde: o livro. Então ele vai lá e lê”, descreve.
Para a psicopedagoga Gislaine Fernandes (foto), o uso da tecnologia e dos mecanismos de pesquisa não precisa ser descartado, mas supervisionado, evitando que o aluno encontre conteúdos desnecessários.
“A criança e o adolescente curiosos ampliam cada vez mais seu potencial e inteligência, mas precisam ter um acompanhamento, seja na escola ou em casa, que ensine aonde pesquisar, o tipo de fonte e como pesquisar”, orienta.
Dicas aos pais
– Determine um local e horário de estudo para a criança; cobre, olhe a agenda e lembre-a de suas atividades a serem entregues;
– Deixe neste local todos os materiais necessários para atividades escolares, como folhas sulfite, livros de pesquisa, revistas, tesoura, lápis de cor, etc, para facilitar o estudo e familiarizar o local;
– Incentive na criança a leitura e pesquisas em revistas e livros, para que ela aprenda com a norma culta e tenha respostas e produções de textos mais elaboradas;
– É importante a criança ter um caderno de estudos paralelo ao do dia a dia na escola, onde consiga descobrir a melhor forma de aprender, seja por explicação da professora, da mãe/pai, por anotações, resumos ou desenhos;
Fonte: acidadeon.com
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