BARRETOS: Em meio à pandemia, ‘palhaços-doutores’ divertem crianças internadas
Alguns mantiveram atendimento presencial, enquanto outros estão gravando e enviando vídeos aos pacientes. ‘Hospital deixa de ser um lugar sombrio, onde só se fala de doença’, diz palhaço.
Em meio à pandemia de coronavírus, os ‘palhaços-doutores’ que levam alegria a crianças internadas em hospitais da região de Ribeirão Preto (SP) se adaptaram para continuar o trabalho. Enquanto alguns mantiveram atendimento presencial, com máscara e distanciamento para proteger os pacientes, outros passaram a gravar e a enviar vídeos por WhatsApp.
Em Barretos (SP), os palhaços Mingau, Figuerino e Curtiça, interpretados pelos atores Marcelo Marcon, Guilherme Figueiredo e Samara Montalvão, continuam fazendo farra pelos corredores do Hospital de Amor. Mais do que nunca, eles querem ver as cerca de 250 crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer com sorriso no rosto.
“Independentemente do que está acontecendo fora do hospital, a vida deles continua sendo uma batalha diária. A gente dá risada em um momento em que está tudo caótico e pesado – não para maquiar a situação, mas para enfrentar junto com eles”, diz Samara, a Dra. Curtiça.
As crianças são atendidas individualmente. Em alguns casos, uma música é suficiente para deixar o paciente mais alegre, mas às vezes é necessário um malabarismo artístico e até uma conversa mais longa para animá-los, motivo pelo qual os palhaços quiseram manter as visitas presenciais.
“A criança que está internada não tem mais a escola, nem contato com os parentes e amigos, porque a maioria vem de muito longe para cá, então, querendo ou não, a convivência com os palhaços traz a elas uma sensação de lar”, explica Samara.
Adaptação
Com a chegada do coronavírus, os atores que fazem os palhaços tiveram que mudar a própria rotina. Para não correr o risco de levar a doença até às crianças, o trio só sai de casa para ir ao hospital. Eles também costumavam viajar à capital paulista para visitar a família e os amigos, mas precisaram aprender a conviver com a saudade.
Já dentro do hospital, os cuidados são ainda maiores, com atenção à distância dos pacientes e aos equipamentos de proteção. Por esconder parte do rosto, as máscaras pareciam ser um problema, até que os palhaços tiveram a ideia de personalizá-las com adesivos para simular o nariz vermelho.
“O palhaço faz caras e bocas, mas nada disso funciona por conta da máscara. Metade do rosto fica escondido e o que fica mais evidente é o olhar. É através do olhar que são feitas as conexões entre o artista e as crianças”, conta Marcelo, que faz o Dr. Mingau.
Delivery de palhaçada
Os ‘doutores-palhaços’ também gravam vídeos para ensinar as crianças a se prevenirem da Covid-19. Para chamar atenção, o trio faz paródias de músicas de sucesso, como o funk “Tudo OK”, que ganhou uma versão dos Palhaços da Alegria com versos sobre a importância da higiene e do distanciamento.
“A gente recebe a instrução técnica e transporta para as crianças na linguagem do palhaço. A gente já viu criança de 4 anos falando o que é para o pai e a mãe fazerem. Às vezes, elas têm até mais consciência do que a gente em relação às precauções”, diz Samara.
Quem também entrou na onda foram os palhaços do Expresso Riso, que atendem crianças internadas em Ribeirão Preto, Sertãozinho (SP), Pontal (SP) e Guariba (SP) e, com a chegada do vírus, decidiram aderir ao distanciamento para evitar o risco de levar a doença de um hospital para o outro.
Apesar de não poderem interagir em tempo real com as crianças, o trabalho tem surtido efeito, de acordo com o ator Pérsio Silva, que há 12 anos decidiu abandonar o trabalho como técnico cirúrgico para criar o coletivo de ‘palhaços-doutores’.
“No hospital, a criança está acostumada com o ‘não’. ‘Não pode isso, não pode aquilo’. Quando chega o palhaço, vem a possibilidade do ‘sim’, porque o palhaço está à disposição dela”, diz Pérsio, que se transforma no Dr. Peteleco.
Por WhatsApp, os pacientes mandam uma mensagem com o pedido e recebem os vídeos com brincadeiras, piadas, músicas e mensagens motivacionais. Ao todo, 170 voluntários vestem a fantasia para gravar os vídeos e dar conta de atender a todos.
Pérsio diz que a presença dos palhaços dentro dos hospitais – mesmo que virtualmente – é tão importante como a de profissionais de saúde, principalmente durante a pandemia, que deixou muitos pacientes preocupados com o risco da doença.
“A gente transfere o paciente para o mundo da imaginação. Com o palhaço, o hospital deixa de ser um lugar frio e sombrio, onde só se fala de doença, então a criança esquece que está naquele ambiente. A gente consegue levá-la para um lugar onde ela está bem”, diz.
Fonte: G1
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