REGIÃO: PF prende gerente da Caixa suspeito de manter esquema de extorsão em MG; empresário também é detido
16 de dezembro de 2019 892 Visualizações

REGIÃO: PF prende gerente da Caixa suspeito de manter esquema de extorsão em MG; empresário também é detido

A Polícia Federal cumpre mandados em Minas Gerais, Goiás e São Paulo.

A Polícia Federal prendeu em Minas Gerais, nesta segunda-feira (16), duas pessoas suspeitas de participar de um esquema de extorsão envolvendo um gerente da Caixa Econômica Federal. Um dos presos nesta manhã é o gerente, detido em Varginha, no Sul de Minas. O outro, um empresário. Nenhum nome de suspeito foi divulgado.

Esta é a segunda fase da Operação Saruman, deflagrada no dia 12 de novembro deste ano, que cumpre mandados em Minas, Goiás e São Paulo.

Ao todo, a PF cumpre nesta segunda-feira (16) 11 mandados de busca e apreensão e três de prisão, sendo:

Mandados de prisão

  • 1 de prisão preventiva contra o gerente da Caixa Econômica (cumprido)
  • 2 mandados de prisão temporária de empresários (um mandado cumprido)

Mandados de busca e apreensão

  • 7 em Minas Gerais: 1 em Belo Horizonte; 3 em Varginha e 1 em Poços de Caldas, na Região Sul; e 2 em Uberaba, na Região do Triângulo
  • 2 em Goiás: 2 em Goiânia
  • 2 em São Paulo: 2 em Ribeirão Preto

Nesta segunda fase da operação, os investigadores também buscam identificar e apreender bens que possivelmente tenham sido comprados pelo gerente com o dinheiro da extorsão. Na lista de bens estão automóveis e até uma embarcação de luxo, que foram registrados em nome de familiares para ocultar o patrimônio.

A Polícia Federal estima que uma das empresas investigadas tenha pagado cerca de R$ 1 milhão como propina para este gerente. O banco paga a empresas de segurança privada que atuam em suas agências em Minas Gerais mais de R$ 9 milhões por mês.

Dentre as irregularidades atribuídas ao gerente preso há a conivência com a empresa sob investigação nesta fase que teria falsificado guias de recolhimento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Por nota, a Caixa Econômica Federal informou que colaborou com as investigações da Polícia Federal e “mantém cooperação integral com os trabalhos das autoridades”. O banco também disse que “adotou todas as providências de abertura de processos disciplinares, apuração de responsabilidade e todas as medias de consequência cabíveis”.

Somando-se as penas máximas dos delitos, o gerente da Caixa Econômica Federal poderá, em tese, ser punido com 38 anos de prisão e multa.

Operação Saruman

Primeira fase da Operação Saruman, em Minas Gerais, deflagrada pela Polícia Federal em novembro deste ano — Foto: Polícia Federal/Divulgação

De acordo com as investigações, o gerente é fiscal de contrato e estaria extorquindo dinheiro de empresa de segurança privada contratada pelo banco para atuar em agências do estado, exigindo vantagens de empresários.

Este gerente era responsável pela elaboração dos editais de licitação, contratação e fiscalização dos serviços de diversas empresas de segurança.

Ainda segundo as investigações, o gerente ameaçava os empresários de não pagar as faturas dos serviços caso eles não pagassem o exigido. Ou ainda recebia dinheiro das empresas para que irregularidades nos contratos não fossem denunciadas. A empresa teria falsificado guias de recolhimento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

A empresa apresentava mensalmente, junto à fatura para recebimento dos valores contratados, comprovantes bancários de recolhimento de FGTS com autenticações falsas, recebendo os valores que não foram efetivamente depositados nas contas vinculadas ao FGTS de seus empregados.

A polícia afirma que não foi possível apurar todo o montante não recolhido, uma vez que a empresa se negou a fornecer os dados de seus empregados.

As buscas desta segunda fase também têm objetivo de apreender documentos com as informações que permitirão à PF calcular o valor total apropriado indevidamente. Há suspeitas, ainda, de não recolhimento, nos mesmos moldes, de valores devidos a título de INSS.

Os crimes investigados nesta operação são de corrupção ativa, corrupção passiva, concussão – que o uso de cargo público para obtenção de vantagens indevidas -, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Na primeira fase, a Caixa Econômica divulgou a nota abaixo.

“A Caixa informa que adotou os procedimentos para apuração interna dos fatos, fato gerador de processo disciplinar e civil, e que atuou junto à Polícia Federal, o que culminou na operação. O banco ressalta que está em contato permanente com as autoridades policiais, colaborando de forma irrestrita com as investigações.”

Fonte: G1

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