BARRETOS: Marido de ex-secretária é preso por suspeita de agir em fraude nos holerites
Polícia Civil e Gaeco dizem que casal liderou esquema que desviou R$ 11 milhões dos cofres.
O marido da ex-secretária de Administração de Barretos (SP) foi preso na manhã desta quarta-feira (10) durante a Operação Partilha, deflagrada pela Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
A Justiça também expediu um mandado de prisão preventiva contra Adriana Nunes Ramos, que foi exonerada da pasta em janeiro, mas ela não foi encontrada e é considerada foragida.
Segundo o Gaeco e a Polícia Civil, o casal é suspeito de liderar um esquema de fraudes em holerites dos servidores municipais, que desviou ao menos R$ 11 milhões dos cofres públicos.
A Justiça decretou ainda o bloqueio de imóveis e contas bancárias do casal. Um veículo, duas pistolas, munições, documentos, computador e relógios de luxo foram apreendidos.
As investigações apontaram que servidores foram convidados a participar do esquema e, caso aceitassem, passavam a receber valores entre R$ 2 mil e R$ 11 mil reais mensalmente, incorporados aos salários.
Os funcionários então sacavam parte da quantia “extra”, que era entregue à ex-secretária. O nome da operação, segundo o Gaeco e a Polícia Civil, remete à divisão dos valores recebidos pelos servidores.
A força-tarefa também descobriu que, durante as investigações, o casal tentou se desfazer de parte do patrimônio obtido ilicitamente. Por esse motivo, as equipes pediram à Justiça a prisão de ambos.
Investigação
O esquema foi descoberto após uma denúncia anônima ao vereador Carlos Henrique dos Santos, o Carlão do Basquete (PROS), que hoje preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.
Em janeiro, o prefeito Guilherme Ávila (PSDB) determinou o afastamento de 105 servidores por envolvimento no caso. Com o início da investigação interna, o número subiu para 113. Ao menos R$ 11 milhões foram desviados.
A Prefeitura identificou que os holerites eram emitidos com os valores maiores e os arquivos enviados ao banco. Após os pagamentos serem efetivados, as quantias “extras” eram retiradas, uma a uma.
A então secretária de Administração, Adriana Nunes Ramos, também foi exonerada do cargo, apesar de nenhum pagamento irregular ter sido identificado na conta bancária dela, segundo a administração.
A Prefeitura identificou que os holerites eram emitidos com valores, mas os depósitos eram maiores. Segundo o prefeito, 90% dos envolvidos recebiam cerca de R$ 11 mil a mais do que era devido.
Fonte: G1
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