BARRETOS: Indenização de R$ 70 milhões do caso Shell/Basf é destinada a pesquisa e exames contra o câncer
6 de agosto de 2018 1259 Visualizações

BARRETOS: Indenização de R$ 70 milhões do caso Shell/Basf é destinada a pesquisa e exames contra o câncer

Verba do maior acordo trabalhista brasileiro possibilitou ao Hospital de Amor construir um centro de estudos científicos, uma unidade de diagnóstico e cinco carretas para exames gratuitos.

Um centro de pesquisas contra o câncer, outro para diagnóstico da doença e cinco carretas para exames gratuitos. Tudo isso foi construído pelo Hospital de Amor, antigo Hospital de Câncer de Barretos (SP), com R$ 70 milhões da indenização do caso Shell/Basf, considerado o maior acordo trabalhista da história do Brasil.

Assinado em 2013, o tratado foi resultado de uma ação do Ministério Público do Trabalho, que comprovou a relação direta entre doenças contraídas por trabalhadores da fábrica da Shell em Paulínia (SP), comprada pela Basf em 2000, com contaminantes usados na unidade.

Além das indenizações individuais aos funcionários, a compensação pelos danos causados foi acertada em R$ 200 milhões, divididos entre oito entidades sem fins lucrativos que prestam serviço para o Serviço Único de Saúde (SUS), como o Hospital de Amor em Barretos.

“Esse dinheiro veio de uma tragédia, mas foi revertido para uma causa nobre. Nós conseguimos levar saúde até a população brasileira, que é tão carente nessa área. Isso vai ficar por muito tempo ajudando a população”, disse o médico Raphael Haikel Júnior.

Coordenador das unidades móveis do Hospital de Amor, Haikel Júnior explicou que cerca de R$ 7 milhões da indenização foram destinados à montagem de cinco carretas para exames gratuitos de mamografia, papanicolau, tomografia e ressonância magnética.

“Com esse implemento de cinco unidades móveis, temos a possibilidade, só na região de Campinas, de atender mais de 130 mil mulheres. A diferença da luta contra o câncer é a prevenção, então essas pessoas vão ter uma chance maior contra o câncer”, afirmou.

Ao todo, o Hospital de Amor possui 25 carretas para exames de prevenção, que já percorreram cerca de 1 mil municípios brasileiros, desde 1994. Só no ano passado, 480 mil pessoas foram atendidas gratuitamente nesses veículos.

Ainda na área de prevenção, R$ 33 milhões destinados pelo acordo do caso Shell/Basf foram aplicados na construção de um centro de diagnóstico em Campinas (SP). Finalizado em julho do ano passado, o local tem capacidade para atender 130 mil pacientes por ano.

“Essa unidade de Campinas é a nona de prevenção do hospital. Com as unidades móveis, vamos aumentar em 25% o número de exames de prevenção, de rastreamento do câncer”, disse Haikel Júnior.

Pesquisa Científica

Inaugurado em março do ano passado, o Centro de Pesquisa Molecular em Prevenção do Hospital de Amor também é resultado da indenização judicial. Nele, foram investidos R$ 30 milhões para estudos de prevenção ao câncer.

A unidade em Barretos armazena 240 mil amostras de tumores e de sangue para pesquisas científicas. Um biotério para testes em cobaias também deve ser inaugurado no local até novembro desse ano.

O centro estuda formas de prevenção e tratamento aos cânceres de mama, colo de útero, colo retal, cabeça e pescoço, e pulmão. Os materiais levados aos laboratórios são colhidos nos centros de diagnóstico e carretas do hospital.

“Queremos encontrar marcadores genéticos que possam dizer se aquele indivíduo tem risco, ou câncer em estágio inicial. É aí que conseguimos mudar a história da doença. Se a gente detectar precocemente, conseguimos curar”, disse Rui Reis, diretor do instituto.

O médico explica que o objetivo é que todos os participantes dos programas de prevenção sejam incluídos nas pesquisas científicas. Atualmente, cerca de 100 pesquisadores, como estudantes de mestrado e doutorado, estão envolvidos nesses estudos.

“O acordo é um marco para o Ministério Público. É claramente uma aposta ganha, uma aposta para o futuro. O tratamento de hoje foi baseado nas pesquisas do passado. Então, apostar em pesquisas, é apostar no melhor tratamento para o futuro”, concluiu.

Fonte: G1

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