SERTÃOZINHO: Dois meses após casal morrer com Covid-19, cachorras aguardam adoção
Blue e Babalu ainda estão na casa dos antigos donos, Natalina Aparecida e José Batista. Imóvel, porém, será entregue ao locador na próxima semana, e animais precisam de um novo lar.
Duas cachorras procuram um novo lar dois meses após seus donos terem morrido vítimas da Covid-19 em Sertãozinho (SP). A casa em que Blue e Babalu vivem, que era alugada, precisará ser entregue na próxima semana pelo filho do casal, o psicólogo Ronaldo Ferreira Batista.
Natalina de Fátima Aparecida, que tinha 59 anos e trabalhava como cuidadora de idosos, morreu em 24 de fevereiro. Doze dias depois, em 8 de março, morreu também seu marido, José Teófilo Ferreira Batista, que era aposentado.
Desde então, quem cuida das cadelas é Ronaldo, que vai à casa onde os pais moravam duas vezes ao dia, para alimentá-las e brincar. Ele diz que não pode adotá-las porque não há espaço no apartamento onde vive e, por precisar sair para trabalhar, elas ficariam sozinhas o dia todo.
“Mesmo diante da dor, a gente tem a capacidade de ajudar e confortar o coração de outra pessoa e, por que não, o de um animal?”, diz Ronaldo.
O casal tinha ainda um gato, Sheldon, que foi adotado pela avó de Ronaldo, além de outra cachorra, a Debby, que hoje vive com outro filho do casal em Serrana (SP). Por falta de espaço, porém, ele não pôde levar junto Blue e Babalu.
“Estamos correndo contra o tempo”, diz. “Passo lá, brinco um pouquinho, mas não posso ficar muito, então elas ficam solitárias. É uma alegria quando chego, mas dá para entender que elas esperavam outra atenção.”
Saudade
“Como meu pai ficava em casa, ele passava o dia todo com elas. Toda vez que eu abria a porta, elas latiam na expectativa de que fossem eles. Foi bem triste ver a esperança que elas tinham de ver meus pais voltarem para casa”, diz.
O casal fazia parte de grupos de risco para a Covid-19. Natalina estava acima do peso e José, que era cadeirante, fazia tratamento contra hipertensão, diabetes e uma epilepsia que passou a ter após um acidente vascular cerebral (AVC). Os animais, Ronaldo diz, ajudaram a família até a enfrentar a perda.
“É um sentimento de afunilamento. Quando surgiram os primeiros casos, você via mortes na TV. Depois, já via um conhecido distante morrer. De repente, afunila até chegar em mim. Com isso, as pessoas se acostumaram à morte, o que não pode acontecer, senão a gente perde a empatia”, diz.
Adoção
Ronaldo conta com ajuda da ONG Adota Pet Sertãozinho, que mantém uma página no Instagram, para encontrar um novo lar para Blue e Babalu. O projeto publica imagens de cães e gatos disponíveis para adoção na cidade, localizada a cerca de 350 quilômetros da capital paulista.
“Para adotar cachorros na idade delas, que estão quase idosas, tem que ter paciência, gostar de brincar e de cuidar”, diz. “Espero que elas encontrem pessoas boas, que cuidem delas igual meus pais cuidavam.”
Fonte: G1
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