REGIÃO: Com idosos isolados, asilos recorrem a videochamadas

Entidades também fazem campanhas por doações, que caíram durante a quarentena

Dona Patrocina, de 75 anos, do Lar São Vicente de Paulo de Votuporanga, se comunica com familiares e ex-visitantes por videochamada

Impedidos de receber visitantes por conta da disseminação do coronavírus, asilos da região recorreram à tecnologia das videochamadas durante a pandemia para os idosos – principal grupo de risco para Covid-19 – se comunicarem com familiares. É através da tela de um smartphone que muitos moradores de instituições de longa permanência estão conseguindo matar a saudade de familiares e dos próprios professores de atividades de lazer – canceladas com a pandemia. Parte desses idosos nunca tinha tido contato com as tecnologias.

Em Rio Preto, pelo menos três asilos – Instituto Lar Esperança, Lar São Vicente de Paulo e Lar de Betânia – estão recorrendo a videochamadas para os idosos se comunicarem com familiares e visitantes. Alívio para a solidão. “Muito deles têm dificuldade, mas ajudamos”, disse a presidente do Lar de Betânia, Mariza Augusta Gonçalves.

Dona Patrocina, de 75 anos, do Lar São Vicente de Paulo de Votuporanga, faz parte desse grupo de idosos que sofre em dobro com o isolamento social. Ela está sem receber visitas desde março, quando as instituições de longa permanência tiveram que tomar medidas drásticas e suspender as visitas nas entidades.

Como forma de matar a saudade dos familiares, o asilo de Votuporanga lançou a campanha um minuto com carinho. Nela, pessoas podem mandar vídeos para os idosos através do WhatsApp. “A aceitação foi grande dos idosos, agora colocamos um tablet para melhorar a visualização deles da tela. Tem muitos que até respondem a gravação, porque não sabem que é gravação”, contou a capitadora de recursos do Lar, Josiany Maria Garcia Danzato.

Segundo a presidente da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Maisa Kairalla, é importante manter o contato, mesmo que a distância, com os idosos. “A primeira coisa é instruir, a segunda é não aterroriza-los. O importante é dizer que isso é temporário e vai passar. Já para aquele idoso que não pode ficar sozinho, a pessoa que cuida dele tem que fazer a higienização das mãos com frequência, usar máscara e se tiver qualquer sintoma evitar ainda mais o contato”, afirmou.

Segundo o médico sanitarista e presidente do Conselho Municipal do Idoso, Antônio Caldeira da Silva, além das medidas preventivas nas instituições, uma campanha publicitária para incentivar as doações para os asilos de Rio Preto está sendo realizada. “Lançamos uma campanha de apoio às instituições de longa permanência de Rio Preto, que estão com necessidades por conta da baixa das doações”, disse. Veja ao lado como ajudar as entidades.

Doação de máscaras

Em uma ação social, a Unimed de Rio Preto distribuirá gratuitamente cinco mil máscaras de tecido para instituições que assistem idosos em Rio Preto, Mirassol e Olímpia.

As cinco mil máscaras já estão sendo confeccionadas e a previsão é que elas comecem a ser distribuídas para os idosos e colaboradores do Asilo de Schimtt, Lar Esperança, Lar de Betânia, Lar São Vicente de Paulo, Lar dos Velhinhos de Mirassol e Abrigo São José de Olímpia no dia 24 de abril.

Todas as máscaras serão adquiridas da Cooperativa de Trabalho na Produção de Vestuário de Rio Preto (Coopeve). O material será todo confeccionado pelas 45 cooperadas, todas ex-alunas de cursos profissionalizantes promovidos pela Prefeitura, que têm na costura suas fontes de renda. “Iniciativas como a da Unimed Rio Preto contribuem muito, ainda mais em um momento delicado como este em que muitas famílias estão dependendo exclusivamente desta renda”, afirma a presidente da Coopeve, Maria Cecília Nunes.

Fonte; Diário da Região