PITANGUEIRAS: Estudantes cobram Prefeitura pela volta do transporte universitário gratuito
Serviço foi interrompido na pandemia de Covid-19 por conta das aulas remotas. No entanto, com o retorno presencial, impasse entre alunos e administração coloca em xeque os estudos.
Estudantes de Pitangueiras (SP) que fazem faculdade em outras cidades da região reivindicam a volta do transporte universitário gratuito. O serviço, mantido pela Prefeitura, foi suspenso diante das aulas remotas durante a pandemia de Covid-19.
A maioria dos alunos está matriculada em instituições de Ribeirão Preto (SP), Sertãozinho (SP), Franca (SP), Jaboticabal (SP) e Bebedouro (SP).
A preocupação do grupo é com o retorno presencial a partir de segunda-feira (2). Na quinta-feira (29), eles se reuniram com o prefeito Marquinho Soriano (Cidadania), que prometeu uma resposta definitiva até terça-feira (3).
Além da reunião, pensada inicialmente como uma manifestação pacífica em frente ao Paço Municipal, os estudantes criaram um abaixo-assinado para pressionar a gestão. O grupo se organizou em um aplicativo de mensagens.
O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Pitangueiras e aguarda retorno.
Sonhos ameaçados
Cursando o último ano do curso de massoterapia no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em Ribeirão Preto (SP), Rafaela Brito afirma que a reunião na Prefeitura foi a última alternativa do grupo.
A jovem diz que se sente prejudicada pelo poder público diante da ausência de soluções.
“Me sinto desamparada por ver um direito retirado assim do nada e sendo a única chance de criar uma carreira, seguir meu sonho”, diz.
A estudante Ingrid Vieira de Oliveira, matriculada no curso de ciências biológicas na Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, chegou a fazer uma cotação dos preços de vans particulares, mas os valores são considerados inviáveis.
“Ficaria R$570 por mês. É quase o valor da minha mensalidade. Fica impossível voltar desse jeito. Se o transporte não voltar, infelizmente não vou ter outra escolha. Vou trancar”, lamenta.
Assim como Ingrid, Luana Cristina Alves Donegá, estudante do último semestre no curso de técnico em enfermagem em Jaboticabal, aponta a revolta em ter que cogitar desistir de sua formação pela falta de transporte.
“Se eu for de carro três vezes por semana eu vou gastar, por semana, R$ 120 de combustível. Eu coloquei na faixa de R$ 40 para abastecer para ir e voltar de carro. Eu tenho moto, mas como está muito frio e a pista é perigosa, então eu não arrisco. Teria que ser de carro. Se eu tiver aqui todo dia vai dar bem mais”, afirma.
Na mesma situação está Júlia Reginato, estudante de teatro em Ribeirão Preto. Ela, que utiliza o transporte desde 2018, diz viver um impasse diante da situação. Ao mesmo tempo que não cogita a ideia de parar o curso, não enxerga possibilidade de retornar sem o auxílio da Prefeitura.
“Não troco minha turma e meus professores por nada nesse mundo, não quero cancelar meu curso, mas não tem como eu voltar as aulas se não tiver o transporte”, diz.
Fonte: G1
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