Hospital de Amor percorre país com carreta para detectar câncer de pulmão
Veículo possui tomógrafo altamente sensível, que emite 10 vezes menos radiação e detecta tumores em estágio inicial. Doença é segunda em incidência e mortalidade, diz Inca.
Referência em tratamento oncológico no país, o Hospital de Amor de Barretos (SP) projetou uma carreta que percorrerá o país realizando exames gratuitos para diagnóstico do câncer de pulmão, o segundo mais comum, tanto em incidência, quanto em mortalidade, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O veículo é equipado com um aparelho de tomografia de alta tecnologia, capaz de detectar tumores em estágio inicial. O coordenador do Centro de Pesquisa Oncológica do hospital, Rui Reis, explicou que o equipamento emite dez vezes menos radiação do que um convencional. O resultado é emitido em 10 minutos.
“O câncer de pulmão, quando atendido no nosso hospital, 90% já estão em estágio avançado. Muitas vezes, até com metástase identificada. É um câncer silencioso, sem sintomas prévios. Então, a possibilidade de identificar em estágios iniciais é importante porque vai aumentar as chances de cura e de vida”, disse.
Segundo Reis, 80% dos tumores no pulmão são decorrentes do uso ou exposição ao tabaco. Além disso, tem mais chance de desenvolver esse tipo de câncer pessoas com idades entre 55 e 75 anos, e que fumam há mais de 15 anos. No ano passado, o Hospital de Amor atendeu 1,3 mil pacientes com a doença.
“Sabemos que o câncer de pulmão afeta mais os fumantes, mais associado ao homem e à mulher que tem menos interesse em se dirigir aos hospitais, a fazer exames de rastreamento. Então, ter uma unidade móvel pode facilitar esse acesso a um método de rastreamento”, completou o médico.
Inicialmente, a carreta realizará testes em pacientes atendidos na rede pública em Barretos. Depois, o veículo segue para Campinas (SP) e só então percorrerá o país. A pesquisadora do Hospital de Amor Fabiana de Lima Vasquez explica que o exame também pode detectar outras doenças respiratórias graves.
“O paciente que fuma tem várias comorbidades, pode vir a ter várias doenças, além do câncer de pulmão. Ele pode ter doenças respiratórias, perda óssea, aumento da pressão arterial, que a gente detecta não na tomografia, mas no exame médico, quando ele vai nos procurar”, disse.
Fonte: G1
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