Governo de SP deve anunciar restrições mais rígidas na fase vermelha da quarentena nesta quarta
Gestão de João Doria estuda limitar horário de funcionamento dos serviços essenciais e manter escolas abertas apenas para alunos que dependem da alimentação oferecida pelo estado. Nos últimos dias, ao menos 30 pessoas com Covid morreram na fila por vagas de UTI no estado.
O governo de São Paulo deve anunciar nesta quarta-feira (10) novas medidas de restrição e limitar o horário de funcionamento dos serviços essenciais autorizados a funcionar durante a fase vermelha da quarentena.
A gestão estadual também estuda suspender as atividades presenciais nas escolas e manter as unidades abertas apenas para fornecimento de merenda.
Desde o último sábado (6), todo o estado está na fase vermelha, considerada até então a mais restritiva pelo Plano SP.
Na semana passada, o governo também antecipou para as 20h o início do chamado “toque de restrição”. Anunciada no final de fevereiro para todo o estado, a medida entrou em vigor inicialmente das 23h às 5h, com o objetivo de coibir aglomerações e festas noturnas.
Pela regra, a fase vermelha autoriza apenas o funcionamento de setores da saúde, transporte, imprensa, estabelecimentos como padarias, mercados, farmácias e postos de combustíveis, além de escolas e atividades religiosas, que foram incluídas na lista de serviços essenciais por meio de decretos estaduais (veja a lista completa mais abaixo).
Entretanto, nesta terça (9), a Justiça proibiu a convocação de professores para atividades presenciais em escolas públicas e privadas do estado.
Na mesma data, o procurador-geral de Justiça, Mario Luiz Sarrubbo, recomendou ao governador João Doria (PSDB) que suspenda a realização de cultos, missas e outras atividades religiosas coletivas, além de todos os eventos esportivos, como jogos de futebol.
Apesar da fase vermelha, a situação no estado se agrava a cada dia.
Levantamento feito pelo G1 nesta terça aponta que menos 30 pacientes com Covid-19 morreram na fila de espera por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no estado de São Paulo nestes primeiros nove dias de março.
As mortes de pacientes que aguardavam liberação de leitos intensivos ocorreram em cidades localizadas na Grande São Paulo e no interior do estado.
Colapso no sistema
São Paulo teve nesta terça o maior número de mortes por Covid-19 em 24h desde o início da pandemia. Foram 517 mortes, além de 16.058 novos casos confirmados da doença.
A média móvel de mortes, que leva em consideração os registros dos últimos sete dias e minimiza as diferenças das notificações, também foi a maior de toda a pandemia, com 298 óbitos por dia nesta terça.
O estado de São Paulo registrou também o 11º recorde seguido no total de pacientes internados com Covid-19.
Segundo dados da Secretaria da Saúde, o estado tem 20.314 pacientes hospitalizados com quadro confirmado ou suspeito da doença, sendo que 11.342 pessoas estão internadas em leitos de enfermaria e outras 8.972 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A taxa de ocupação de UTIs, com 82%, também foi a maior de toda a pandemia, bem como o total de pacientes internados em leitos intensivos e de enfermaria, que chegou a 20,3 mil pessoas.
Além disso, 13 cidades da Grande São Paulo já têm 100% dos leitos de UTI ocupados com pacientes que estão com coronavírus.
A situação mais grave é a de Taboão da Serra, onde 11 pessoas morreram desde sexta-feira (5) à espera de vagas.
A lotação também abala a rede particular da capital paulista. Nesta terça, o hospital Sírio-Libanês divulgou medidas para ampliar a acomodação de pacientes com Covid-19, dada a elevada taxa de ocupação de leitos.
Foram suspensas cirurgias eletivas estéticas e funcionais e de intervenção guiada por imagem, além de exames também eletivos de colonoscopia, endoscopia, broncoscopia e exames ambulatoriais de polissonografia.
Na rede pública da capital, a prefeitura quer transferir pacientes sem Covid da rede municipal para hospitais particulares e liberar leitos para a doença no SUS.
O que pode funcionar na fase vermelha:
- Escolas e universidades
- Hospitais, clínicas, farmácias, dentistas e estabelecimentos de saúde animal (veterinários)
- Supermercados, hipermercados, açougues e padarias, lojas de suplemento, feiras livres
- Delivery e drive-thru para bares, lanchonetes e restaurantes: permitido serviços de entrega
- Cadeia de abastecimento e logística, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns, postos de combustíveis e lojas de materiais de construção
- Empresas de locação de veículos, oficinas de veículos, transporte público coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega e estacionamentos
- Serviços de segurança pública e privada
- Construção civil e indústria
- Meios de comunicação, empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens
- Outros serviços: igrejas e estabelecimentos religiosos, lavanderias, serviços de limpeza, hotéis, manutenção e zeladoria, serviços bancários (incluindo lotéricas), serviços de call center, assistência técnica e bancas de jornais.
Fonte: G1
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