Covid-19: após morte, governo confirma quase 300 casos no Brasil

Primeira morte foi confirmada nesta terça; mais quatro óbitos suspeitos são investigados, todos em São Paulo

O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus subiu de 234 para 291. Os dados são de balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (17).

Também nesta terça foi anunciada a primeira morte pela doença no Brasil. O paciente, de 62 anos, tinha diabetes e hipertensão. Ele estava internado na UTI do Hospital Sancta Maggiore Paraíso, em São Paulo, desde o dia 14 e morreu na segunda-feira (16). Ele não tinha histórico de viagem para o exterior.

A confirmação gerou alerta em autoridades de saúde, que têm apontado uma escalada nos números da doença nos últimos dias. Também cresceu o número de registros em investigação -passou de 2.064 para 8.819.

Ao todo, 16 estados e Distrito Federal já têm casos confirmados.

SUSPEITAS

O governo de São Paulo anunciou que investiga quatro mortes suspeitas por coronavírus e que há um total de 162 casos no estado.

Os quatro óbitos suspeitos também estão na rede privada de São Paulo. No entanto, o governo se prepara para receber uma onda na rede pública. “Inicialmente, impactou o sistema privado. É questão de dias, horas para impactar o sistema público”, disse o infectologista David Uip, que coordena os trabalhos contra o coronavírus em São Paulo.

Uip afirmou que o governo estuda utilizar hospitais apenas para atender pacientes de coronavírus. Segundo ele, há casos de unidades prontas, sem uso, que poderiam incorporar leitos de UTI.

Além de aumentar as vagas de UTI, o governo pretende aumentar a quantidade de testes. “Nós entendemos que é adequado tentar ampliar os centros de diagnóstico. Mas insisto: existe o mundo ideal e o real. O mundo ideal é fazer exames para todo mundo, isso não é real”, afirmou Uip.

De acordo com ele, no entanto, por enquanto continuarão sendo feitos exames em casos mais graves. Uip afirmou ainda que há uma grande preocupação em relação aos profissionais da saúde. No entanto, a experiência tem mostrado que isso acontece entre 3 e 8 dias.

Além disso, nos casos graves, a situação piora a partir do terceiro dia. No caso do óbito confirmado, o homem foi internado no dia 14, após sintomas desde o dia 10. O governo também fez um apelo à população, devido ao baixo estoque dos bancos de sangue. Segundo a administração estadual, o hospital com maior estoque tem quantidade suficiente para uma semana.

Fonte: acidadeon.com