BARRETOS: Jovens criam ‘game house’ para trabalhar e se divertir com jogos online
Jovens criam ‘game house’ para trabalhar e se divertir com jogos online
Um grupo de jovens com idades de 18 a 21 anos decidiu sair da rotina e mostrar que jogos online nem sempre significam apenas diversão. Os integrantes que moram em uma ‘game house’ em Barretos (SP) dizem que as disputas virtuais se tornaram estilo de vida, meta e fonte de renda.
Mais que isso, a turma formada por seis garotos e duas garotas de diferentes estados se transformou em uma família que compartilha de uma mesma paixão: os jogos.
“Game House consiste em você ter uma galera para jogar profissionalmente. Você acorda, joga e dorme nessa casa. Aqui a gente convive, vai para a academia, joga. É nosso meio de vida, mas também temos o nosso lifestyle. Nosso ambiente de trabalho se torna muito mais harmônico porque a gente concilia isso”, explica o proplayer Antônio ‘Tonyboy’ Girardy.
Os membros da equipe ‘The Boys’ têm os dedos ágeis, muita concentração e estratégia para conseguir vencer as partidas de Fortinite – jogo multiplataforma com objetivo de eliminar os oponentes. A equipe ocupa o terceiro lugar entre as melhores na América Latina.
Para o proplayer Bruno ‘Zotieboy’ Zotesso, o resultado do sucesso é fazer o que ama. Segundo ele, o jogo quebrou recordes de público poucos meses depois de ser lançado e, desde então, tem transformado a rotina de muita gente.
“Mudou minha vida, larguei a faculdade e o trabalho para seguir nesse rumo . Assim como muita gente sonha em ser jogador de futebol e viver jogando bola, essa é minha paixão, viver jogando no computador. A nova geração está mais voltada aos esportes no mundo digital”, diz jogador.
Trabalho e diversão
A ideia de se juntar para aperfeiçoar técnicas deu tão certo que começou a ganhar espaço na internet, segundo o grupo. Através de lives – vídeos ao vivo feitos pelos players enquanto estão jogando – muita gente começou a pedir dicas e orientações sobre o game. A partir da demanda, os proplayers criaram um curso específico para o jogo.
“A gente juntou uma galera, começamos a trocar ideia sobre criar uma academy, que seria para ajudar os novos jogadores. Basicamente você vai pegar um curso que te ensina tudo que é necessário no jogo, tem o mais avançado e o profissionalizante que você aprende todos os passos” diz Thales ‘Pulgaboy’ Henrique.
O rapaz conta ainda que as aulas os ajudam também, já que podem treinar e praticar mais, além de manterem os custos da game house. “A gente evolui o curso com os comentários e feedbacks deles. É uma renda que ajuda bastante já que estamos morando nós por nós mesmos, temos que bancar as despesas”.
É unânime entre os jogadores da casa que, para alcançar bons resultados no jogo e ainda conciliar treino e aulas, é preciso tempo e dedicação, mas a tarefa é difícil. Por isso, um outro membro desempenha o papel de cérebro da casa e mantém tudo em ordem.
“Faço o possível para tirar o peso de certas coisas da cabeça dos meninos para fazer com que joguem sem peso na consciência, que foquem só no jogo e tentem deixar de lado as burocracias do dia a dia. Muita coisa que faço é pegar questões como conta, dinheiro que a gente guarda e investir para pagar as obrigações. As coisas estão dando certo”, conta o manager, Pedro ‘Rewtorboy’ Torres.
Conectividade
Despreocupados, os jovens passam horas em frente as telas dos computadores, sempre ligados nas novidades do jogo e em busca de quebrar recordes. Isso inclui o número de seguidores.
Com mais de meio milhão de amigos nas redes sociais, o proplayer Lucas ‘Barboysa’ de Medeiros explica que a conectividade é de extrema importância.
“A webcam fica aberta aqui na live e o pessoal quer saber quem é quem está passando, dá um salve. Às vezes, eu estou focando no jogo e tem gente fazendo graça atrás, é toda uma interação que ficam curiosos. A gente nunca vai se sentir sozinho. Dia ruim, está chateado, abre a live que com certeza vai ter uma alegria enorme dos fans para oferecer”.
Foi através dessa conectividade que a streamer Thais ‘Thaizi’ Risso conheceu Tonyboy. A jovem acompanhava o irmão que era ligado no Fortinite e nos vídeos postados pelo jogador. Foi então que a garota descobriu duas paixões: a internet e o Tony.
“A gente começou a conversar pelo Twitter. Fomos conversando, passou para o WhatsApp e aí a gente decidiu que ia se ver. Nos vimos a primeira vez e, desde então, não conseguimos desgrudar. Estamos juntos até agora”, conta Thais.
Com Nathyê Rocha Mota, a situação não foi diferente. A streamer mudou a rotina ao conhecer Pulgaboy. Para ela, ainda falta compreensão de muita gente em relação ao mundo virtual.
“Pra mim, é outra realidade, uma vida totalmente diferente. Muitas pessoas não entendem, acham que é besteira , perda de tempo, mas quando veem mais afundo, é uma coisa bem interessante e nova”, afirma a novata, que pretende se tornar uma influenciadora digital.
Fonte: G1
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