BARRETOS: Grupo cria protótipo para ampliar uso de respiradores a até quatro pessoas
20 de abril de 2020 847 Visualizações

BARRETOS: Grupo cria protótipo para ampliar uso de respiradores a até quatro pessoas

Pesquisadores montaram válvula que é ligada diretamente aos ventiladores. Aplicativo rastreia pacientes com características respiratórias semelhantes.

Sem uma cura cientificamente comprovada e segura, a luta contra a Covid-19 consiste em manter os pacientes vivos enquanto o próprio organismo contaminado faz o combate ao novo coronavírus (Sars-Cov-2). Como os pulmões são um dos alvos da doença, é preciso ter equipamentos suficientes para dar suporte respiratório aos pacientes com sintomas mais agudos.

A tentativa de evitar a escassez de ventiladores respiratórios dentro das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) levou uma equipe de pesquisadores formada em Barretos (SP) a pensar um método que seja menos oneroso aos hospitais.

Para isso, desenvolveram um protótipo, ainda em fase de testes, que permite o compartilhamento dos respiradores entre duas e até quatro pessoas.

A válvula, ligada diretamente aos ventiladores, foi criada durante um desafio proposto pela universidade de medicina Johns Hopkins, dos Estados Unidos. O objetivo do desafio foi desenvolver soluções para melhorar a oferta de recursos das equipes médicas que combatem a pandemia.

Além do protótipo, os pesquisadores propuseram um software para rastrear pacientes com características respiratórias parecidas, o que é chamado de complacência pulmonar. Essa semelhança auxilia no compartilhamento dos ventiladores de forma mais certeira.

O grupo de Barretos formado por seis pessoas – quatro brasileiros e dois holandeses – se inscreveu junto a outras 234 equipes que passaram por aulas e imersão sobre a doença e as dificuldades do combate em todo o planeta. Duzentos projetos foram apresentados ao fim dos estudos, dentre eles a válvula brasileira.

O bioengenheiro e pós-doutor pelo Centro de Engenharia Aplicado à Saúde da Escola de Engenharia da USP Alessandro Hakme, um dos criadores do projeto, explica que o compartilhamento de ventiladores respiratórios já foi feito em alguns países, como a Itália, mas em casos urgentes.
Protótipo que permite compartilhamento de ventiladores respiratórios foi criado por grupo de Barretos  — Foto: Arquivo pessoal/Alessandro Hakme

No entanto, a estabilidade dos pacientes durou até cinco horas, já que as demandas respiratórias eram diferentes. Havia o risco, ainda, do compartilhamento causar contaminação cruzada.

Com a válvula criada pelos pesquisadores, o objetivo é que esse tempo seja ampliado e que o nível de oxigênio liberado para cada paciente possa ser automatizado, o que garantiria mais estabilidade.

Testagem

Os membros do grupo se conheceram durante um programa de inovação médica do Centro de Treinamento em Cirurgias Minimamente Invasivas (Ircad), ligado ao Hospital de Amor de Barretos.

O programa teve sua primeira edição no fim do ano passado. Hakme e outros cinco pesquisadores retomaram a parceria neste ano para participar do desafio da John Hopkins.

A válvula foi desenvolvida a partir de um modelo de respirador que existe no Ircad. Para a fase de testes, o grupo vai buscar recursos para comprar pulmões artificiais.

“A gente pegou o modelo padrão do ventilador que tem no Ircad até para fazer o modelo 3D. Nós estamos finalizando a prototipagem, para busca desses recursos para que nós compremos os pulmões artificiais para fazer esses testes no ventilador lá do Hospital de Barretos”, explicou Hakme.

Uma das tentativas vai ser pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O projeto será remetido para um edital da pasta que vai financiar iniciativas em inovação e saúde.

Quando o sistema estiver com pleno funcionamento nos pulmões artificiais, o projeto passa para a fase de testes com animais de médio porte, como porcos. Nesse momento, serão analisados a toxicidade (para evitar contaminação cruzada) e a compatibilidade.

Em seguida, inicia-se os testes clínicos, primeiro em pacientes com estágio leve. Todo o processo serve para validação do equipamento junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa do grupo é que ele dure oito meses após a captação de recursos.

“Só para você ter uma ideia, um paciente com Síndrome Aguda Grave de Covid-19 fica de quatro a oito dias intubado, então a gente precisa deixar essa válvula atuando por esse tempo, fazer toda a coleta de dados, ver a resposta correta”, explica o pesquisador.

Junto com Hakme, participam do grupo os brasileiros Beatriz Gandolfi, Emílio Belmonte e Gian Caselato, além dos holandeses Marjn Hiep e Friso Schoffelen.

Fonte: G1

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