COLINA: Furtos de trilhos em ferrovia ameaçam patrimônio histórico

Ladrões estão levando barras de ferro e dormentes de madeira. Crimes podem inviabilizar linha turística na região, reclamam moradores.

Os furtos constantes de trilhos ferroviários em Colina (SP) ameaçam preservação do patrimônio histórico da cidade e a possibilidade da construção de uma linha de trem turística na região.

Em nota, a Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) comunicou ter informado a concessionária Rumo Logística, que administra o trecho da ferrovia, sobre os furtos e pediu que a empresa tomasse providências em 29 de maio.

A Rumo Logística informou que já tem vigilantes que fazem a fiscalização no local e prometeu fazer um levantamento das áreas furtadas para reforçar a segurança. A Polícia Militar comunicou que prendeu 16 pessoas na região desde o início de 2019.

Um dos últimos pontos da linha que foi furtado fica na rua ao lado do Museu da Estação, no Centro, de acordo com o mecânico Francisco Cardoso, que é presidente da Associação Amigos da Estação, fundada há quatro anos.

O mecânico diz que os trilhos haviam sido retirados e colocados embaixo de uma árvore para que a rua pudesse ser asfaltada. O plano é recolocá-los assim que o serviço terminar, mas o trajeto não ficará completo, já que os criminosos furtaram três barras de ferro.

“A gente tem receio de que, daqui a pouco, não tenha nada em lugar nenhum, do tanto que eles vêm e levam”, afirma Cardoso.

Na zona rural, a cerca de cinco quilômetros do museu, a equipe de reportagem flagrou outro ponto que esteve na mira dos criminosos. Os ladrões levaram cerca de 100 metros de linha férrea.

“Eles vieram e cortaram com maçarico. Isso aí provavelmente se usa para fazer mata-burro [que impede a fuga do gado] ou para derreter e fazer outro material”, diz Cardoso.

César Fortes, que também faz parte da Associação Amigos da Estação, diz que a concessionária que administra a ferrovia analisa a possibilidade de construir uma linha turística entre Bebedouro (SP) e Colômbia (SP).

No entanto, com os furtos das barras de ferro e dos dormentes de madeira por onde passa o trem, o sonho dos moradores de rever uma Maria Fumaça circulando pelo local fica cada vez mais distante.

Fonte: G1