BARRETOS: Bancária denúncia agressões físicas e de ser ameaçada de ter residência e corpo queimados por seu namorado na casa de parentes dele

Uma mulher de 34 anos, que trabalha como bancária, afirmou no Plantão Policial de Barretos que foi vítima de violência doméstica praticada por seu namorado na casa de uma tia dele.
Segundo relato da mulher, que se identificou como D.C.R., há cerca de cinco meses ela estava namorando o T.J.M., 32 anos, morador na Rua 20, em Barretos, e embora ela seja de Terra Roxa e ele de Barretos, ambos estavam morando na cidade de Monte Azul Paulista, e neste final de semana vieram a Barretos para participarem de um almoço de confraternização que aconteceria no sítio da família dele.
Já no dia do almoço, a vítima estava ajudando a picar a carne, quando seu namorado veio em sua direção gritando e dizendo: “Vem aqui agora!”.
Por estar ocupada a vítima respondeu dizendo: “Espera um pouco, já estou indo aí”, e assim que terminou de picar a carne foi para a sala, sentou-se no sofá e ficou vendo TV, ocasião em que o autor veio novamente, e gritou: “Vem aqui agora, estou mandando”, tendo a vítima respondido:
“Não vou falar com você desse jeito, para de beber tanto”; e quando ela
saiu da sala o autor fingiu que iria lhe abraçar, levando-a para trás da casa, e lá ele apertou seu braço e disse que ela estava acabando com a festa da família dele e que estava passando vergonha nele.
Então a vítima disse que iria embora, ocasião em que o autor disse que iria levá-la, mas ela respondeu que iria chamar um táxi, sendo impedida por ele que tomou o celular de suas mãos e insistia para que a vítima fosse com ele e sua tia.
A vítima então acabou vindo embora com o autor e sua tia de carro, já tendo ficado combinado que ela iria até a casa dele para pegar as suas coisas, ligar para o táxi e então ir embora.
Ocorre que ao chegar na casa da tia do autor a vítima foi pegar suas coisas, e neste momento ele veio em sua direção, apertou seu braço, a jogou no chão e lhe ofendeu com palavras grosseiras, dizendo que ela só iria embora se fosse com ele, e em seguida ele pegou todas as cosias dela, colocou no carro e trancou a casa e no momento em que a vítima foi tentar ligar para a Polícia, o homem tomou o telefone sem fio da
mão da vítima, tendo a madrinha/tia dele, escondido o seu celular para impedir a vítima de chamar a polícia.
Diante disso a mulher tentou pular o muro para ir para a vizinha, ocasião em que ela caiu em cima de algumas plantas.
Ela então conseguiu sair correndo e pegar uma das chaves que dava acesso ao corredor e portão da frente, e ao fazer isso, pediu para uma das vizinhas chamar a Polícia, retornando para o interior da casa, sendo surpreendida pelo autor que, com ajuda da sua tia, impediu que ela saísse da residência.
Ainda de acordo com a vítima, o autor então passou a proferir ameaças, dizendo que vai colocar fogo na casa dela em Monte Alto, e que vai colocar fogo nela também, dizendo ainda que que ele tirou uma foto dela quando ela tomava banho e que vai revelar a foto e colocá-la no local de trabalho da vítima para que todos possam ver, dizendo ainda que ela poderia registrar ocorrência, que, por ser quem é, nada vai acontecer com ele.
Com a chegada dos policiais na residência, nem o autor, sua mãe ou sua tia, quiseram abrir o portão para atendê-los, ocasião em que a vítima saiu correndo e apertou o botão do interfone para abrir o portão, ocasião em que os policiais entraram e em total descaso (segundo a vítima), o autor começou a contar a versão dele, como se ele fosse certo e a vítima errada.
A mulher pediu que ele devolvesse seu celular, mas o homem disse que não estava com ele, momento em que os policiais pediram para ele devolver, tendo o homem reafirmado que não estava com ele.
A vítima então disse que se ele não devolvesse ela iria fazer um Boletim de ocorrência, e então ele retirou o celular do bolso da calça e ficou o exibindo e balançando com os dedos e dizendo: “Você quer seu celular? “, e não entregava o aparelho, até que um dos policiais pediu que ele devolvesse o aparelho, tendo o autor relutado, mas acabou por devolver.
Em seguida a vítima e os policiais queriam sair da casa, mas estavam sendo impedidos pelo autor e sua tia (dona da casa) e após vários pedidos dos policiais o portão foi aberto, e então o autor e sua tia ficaram impedindo a vítima de entrar na viatura.
Consta no Boletim de ocorrência que na delegacia, ainda na frente
dos Policiais Militares e Civis, o autor ficava coagindo a vítima, dizendo para ela pensar bem sobre fazer a ocorrência, precisando ser advertido pelos Policiais sobre ficar longe da vítima no Plantão Policial, sendo a vítima orientada sobre prazo e trâmite para ofertar representação contra o autor.